Domingo, 02 Fevereiro 2025
Os seis maiores bancos do País, excluindo Caixa Econômica Federal (CEF), pagaram R$ 6,2 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio a seus acionistas de janeiro a setembro de 2007, crescimento de 21,5% na comparação com os R$ 5,1 bilhões registrados no ano passado. O valor deve subir ainda mais até dezembro de 2007, já que a distribuição do pagamento aos acionistas não é homogênea durante o ano todo. Analistas atribuem esse aumento ao próprio crescimento dos lucros dos bancos no período, que atingiram recordes.

Os destaques ficaram com os dois maiores bancos privados , Itaú e Bradesco. Com payout (indicador que reflete a porcentagem dos resultados que a empresa distribui sob a forma de dividendos e juros sobre capital próprio) de 30%, o Bradesco pagou R$ 1,901 bilhão a seus acionistas, alta de 0,63% na comparação com os R$ 1,889 bilhão pagos no mesmo período do ano anterior. Já o Itaú, que também tem payout de 30%, pagou R$ 1,7 bilhão, crescimento de 41,6% na comparação com o mesmo período de 2006. As instituições lucraram R$ 5,81 bilhões e R$ 6,4 bilhões, respectivamente. De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas, de 2001, toda empresa de capital aberto deve destinar ao menos 25% de seus lucros na forma de dividendos e juros sobre capital próprio aos acionistas.

Para o consultor financeiro e professor da Universidade de São Paulo (USP), Alexandre Assaf, os bancos no mundo todo são bons distribuidores de dividendos. "Instituições financeiras são empresas rentáveis e alavancadas e, por isso, pagam bem", diz. Ele lembra que, na comparação com empresas reconhecidamente rentáveis no mercado de capitais brasileiro, como Petrobras e Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), os dividendos pagos pelos bancos tendem a ser mais estáveis. "Essas empresas têm características diversas do setor financeiro, não podem trabalhar muito alavancadas. Podem, em um período, pagar mais dividendos, mas no momento posterior já não pagam tanto".

Entre as instituições financeiras, o Banco do Brasil tem o maior payout (40%), seguido por Unibanco (35%), Itaú e Bradesco (30%) e Santander (25%). O ABN Amro Real, por não ter capital aberto, não segue um percentual mínimo de pagamento de dividendos. No entanto, no terceiro trimestre de 2007, o banco pagou R$ 450 milhões, o equivalente a 20,5% de seu lucro líquido no período (R$ 2,194 bilhões).

Assaf lembra que, quanto maior o payout, menor o crescimento do lucro líquido da empresa. "O Banco do Brasil paga 40% de dividendos, mas o crescimento de seu lucro no último trimestre foi inferior a Itaú e Bradesco, por exemplo". O BB teve queda de 19,9% no lucro líquido em nove meses, enquanto Itaú e Bradesco tiveram crescimento de 112,7% e 73,6%, respectivamente.

Segundo Luis Santacreu, analista da agência Austin Rating, os lucros recordes das instituições contribuem para aumentar as remunerações. "O lucro do ano passado foi muito inferior ao deste ano", lembra. De janeiro a setembro de 2007, a soma dos lucros dos seis maiores bancos, excluindo a CEF, foi de R$ 22 bilhões, alta de 39,2% sobre mesmo período de 2006. Uma das instituições que mais destina dividendos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) conta com payout de 60% para seu principal acionista, o Tesouro. O banco registrou lucro líquido de R$ 4,4 bilhões no primeiro semestre.

Pesquisa da Economática divulgada ontem mostrou que cinco bancos brasileiros de capital aberto estão entre os 25 maiores da América Latina e EUA em ativos. Já quatro deles (BB, Bradesco, Itaú e Santander + Real) têm ativos de mais de US$ 100 bilhões cada. O BB é o maior banco de capital aberto por ativos da América Latina e o Bradesco é o maior não estatal de capital aberto da AL.

Fonte: DCI - 22 NOV 07
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