Domingo, 02 Fevereiro 2025
Além da preocupação com a elevação dos preços da nafta e do gás natural, as petroquímicas enfrentarão paradas de manutenção em 2008, reduzindo a produção de eteno, principal matéria-prima para fabricação de resinas plásticas. Com estas paradas, Copesul, PQU e Braskem diminuirão a oferta de eteno no mercado interno em 180 mil toneladas em 2008 - a produção brasileira de eteno é de 3,5 milhões de toneladas por ano.

De acordo com Otávio Carvalho, diretor sócio da Maxiquim (consultoria especializada no setor petroquímico) as paradas de manutenção influenciarão no volume de exportação de resinas. "O Brasil é um exportador de resinas. Com essas paradas, provavelmente, o excedente de exportação será reduzido", afirmou Carvalho.

A Copesul realizará uma parada de 30 dias em uma de suas duas unidades no final de março. As plantas da companhia estão localizadas no pólo petroquímico de Triunfo (RS) e tem capacidade produtiva de 1,2 milhão de toneladas de eteno por ano.

Em maio, a unidade da Braskem em Camaçari (BA), com produção de 740 mil toneladas de eteno por ano, parará pelos mesmos 30 dias. Por fim, em agosto, a PQU ficará em manutenção por 45 dias, 15 dias a mais em função dos ajustes para o start-up da nova capacidade produtiva de 250 mil toneladas de eteno, resultando em uma produção total de 750 mil toneladas por ano.

Para Carvalho, as proximidades das paradas de Copesul e Braskem poderão afetar as vendas de resinas para a Argentina. Ele lembra, que a indústria petroquímica do país vizinho teve problemas de produção em função da falta de gás - na época houve um aumento das importações de resinas brasileiras. "É preocupante, são duas paradas muito próximas. A falta de gás na Argentina, no último inverno, prejudicou a produção de resinas plásticas daquele país. A balança regional de resinas deverá ficar mais apertada neste período de paradas", previu o consultor.

Equilíbrio

De acordo com Otávio Carvalho, sócio diretor da Maxiquim (consultoria especializada no setor petroquímico), a perspectiva é de preços estáveis para o petróleo e nafta em 2008. Para ele, a previsão de desaceleração da economia americana freará a demanda por combustíveis fósseis. "Com o desaquecimento da economia dos Estados Unidos haverá um menor consumo de petróleo. Não se imagina que o equilíbrio oferta e demanda fique apertado em 2008. O barril (de petróleo) a US$ 100 já é um patamar muito elevado", afirmou Carvalho.

Com a alta do barril de petróleo e conseqüentemente da nafta petroquímica, os preços das resinas plásticas sofreram um reajuste médio de 10% de janeiro a setembro. Os transformadores plásticos, terceiro elo da cadeia petroquímica, afirmam que estão com uma margem de lucro muito pequena e não absorverão estes reajustes, elevando os preços dos seus produtos.

De acordo com Merheg Cachum, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), a terceira geração tem dificuldade de repassar estes reajustes. "As margens de lucro dos transformadores são quase nulas. Nós temos que acertar nossos preços, apesar da pressão das grandes empresas de alimentos que utilizam as embalagens plásticas, por exemplo. Não é um aumento, mas uma atualização de preços de toda a cadeia", destacou Cachum.

Ele garante que "qualquer embalagem, seja de papel ou metálica, é muito mais cara que a embalagem plástica. Além disso, as características do plástico, como resistência, leveza e praticidade, o tornam um melhor produto", assegura Cachum.

Fonte: DCI - 22 NOV 07
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