Segunda, 03 Fevereiro 2025

O Brasil é o país com maior potencial mineral do mundo, alcançando a pontuação mais alta (98, em uma escala até 100) entre todos os outros países e regiões do planeta. A constatação é do Fraser Institute, entidade americana que acompanha o setor e divulga há 15 anos o PPI (Policy Potential Index), índice potencial da mineração.

Segundo o instituto, o potencial brasileiro supera o de outras áreas importantes em mineração, como Canadá (incluindo Quebec e Ontário, que tiveram índice 97), Estados Unidos (Alasca, que também teve 97), e Austrália (a região oeste do país teve índice 97 e a norte, 96).

Em outro estudo, o Metal Economics Group, que também acompanha o setor, verificou que o Brasil aumentou sua fatia nos investimentos globais em exploração mineral, de 3% para 4%, ficando no mesmo nível de países com potencial mineral semelhante, como Austrália, Canadá e África do Sul.

Os investimentos das empresas no País indicam que essa fatia vai crescer ainda mais. Nos últimos dez dias, empresas como Companhia Vale do Rio Doce, Votorantim e Alcoa anunciaram aportes superiores a US$ 40 bilhões no setor nos próximos cinco anos, os mais altos da história.

Em 2008, a Vale planeja investir mais de US$ 7,5 bilhões em minerais ferrosos e não ferrosos, além de alumínio. E a Votorantim tem planos de aportar cerca de US$ 6 bilhões em mineração nos próximos cinco anos.

Outro ponto ressaltado pelas análises do setor é a diversificação geográfica de áreas para investimento das empresas brasileiras de mineração. Além de projetos em países próximos, como o da Votorantim no Peru, há planos até para o Oriente Médio. A Vale, por exemplo, pretende desenvolver um usina de pelotização em Omã, com capacidade para a produção de 9 milhões de toneladas por ano. O investimento previsto é de US$ 546 milhões e o início de operações se dará no primeiro semestre de 2010.

Segundo a Vale, o projeto em Omã levou em consideração "a expansão da indústria de aço no Oriente Médio, com usinas a forno elétrico." A companhia também tem um projeto na Nova Caledônia, no Pacífico Sul: o Goro, um dos maiores depósitos de níquel do mundo, com capacidade para produzir 60 mil toneladas por ano de níquel refinado e 4.600 toneladas anuais de cobalto.

A Vale, que já é a maior produtora mundial de minério de ferro, planeja também aumentar sua capacidade no Brasil, para 450 milhões de toneladas, com três grandes projetos: Carajás, Carajás Serra Azul e Maquiné-Baú.

Carajás Serra Azul será o maior projeto de minério de ferro do mundo, com capacidade de produção de 90 milhões de toneladas por ano e investimento total de US$ 10,094 bilhões.

O projeto será implantado na serra Sul de Carajás, no Pará. Esse estado terá o maior número de investimentos em mineração: de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), existem 13 projetos previstos em território paraense, incluindo o projeto Juriti, da Alcoa, de mineração de bauxita.

Além disso, a Alunorte prevê expansão da usina de beneficiamento de bauxita em Barcarena, também no Pará, com investimentos de US$ 850 milhões.

Dessa forma, o Brasil se prepara para aumentar sua importância no mercado externo. Na pauta mineral de exportação do País o destaque é o ferro, com 64% do total, seguido por bauxita, com 11%. O cobre aparece em terceiro lugar, com 3%, mas projetos de expansão fazem com que as previsões sejam de aumento do peso do produto nas vendas externas.

O saldo da balança comercial do setor representa mais de 35% do superávit total do País, com um resultado superior a US$ 45 bilhões. Paulo Camillo Vargas Penna, presidente do Ibram, lembra que os principais importadores são Ásia (liderada pela China), Alemanha e Estados Unidos.

Fonte: DCI - 17 OUT 07

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