Distantes da crise aérea e com grandes perspectivas de serem a primeira opção de muitos turistas brasileiros nesta temporada, os cruzeiros marítimos, que devem aumentar em 40% o número de passageiros este ano, estão estimulando os portos a investir em melhorias de infra-estrutura. De olho no potencial desse mercado, os Portos do Rio de Janeiro, de Santos, Antonina e Recife estão ampliando seus terminais para expandir o número de passageiros recebidos.
O Porto do Rio de Janeiro, o segundo mais utilizado no País, está investindo na reestruturação do terminal de passageiros, aumentando a capacidade de atendimento ao público. Já na próxima temporada (2008/2009), o terminal, que pode receber até 20 mil pessoas, terá potencial para até 100 mil pessoas.
"Os investimentos fazem parte de um projeto de revitalização do porto. É um grande empreendimento comercial voltado ao lazer e ao turismo. O porto do Rio é dirigido para qualquer tipo de passageiro e possui uma grande facilidade logística, por sua proximidade dos aeroportos", avalia Pedro Guimarães, gerente-geral do Píer Mauá e do terminal de passageiros do Porto do Rio de Janeiro.
A primeira fase do projeto contará com aportes de R$ 30 milhões e consistirá em obras de recuperação, ampliação e conservação do terminal de passageiros. Atualmente, o Porto do Rio está ampliando a área de bagagem - de 2 mil para 3 mil metros quadrados - e dobrando a quantidade dos atuais 30 pontos de check-in. A capacidade do porto também será aumentada e até nove navios poderão atracar simultaneamente no local.
"Queremos ampliar a capacidade do terminal para embarque e desembarque de passageiros, com o foco de o porto tornar-se o principal do País para cruzeiros marítimos", ressalta Guimarães.
O Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini, do Concais, empresa operadora do complexo turístico no Porto de Santos, o principal do País, investirá este ano R$ 7 milhões em obras, equipamentos e climatização. Com os aportes, o local poderá atender 34 mil passageiros por dia, o que representa uma expansão de 48% em relação à capacidade anterior.
O complexo marítimo contará com uma área total de 36.500 metros quadrados na temporada 2007/2008. A expansão para a próxima temporada prevê que as áreas operacionais do terminal sejam ampliadas em 65%, passando para 19.500 metros quadrados, com áreas de check-in e espera, embarque e desembarque de passageiros e tripulantes, recepção de bagagem e estacionamento, entre outros serviços.
O Concais estima que o movimento total da próxima temporada será de 524 mil passageiros. O montante representa um crescimento de 6,5% sobre o intervalo anterior. A previsão é de que sejam investidos, até 2010, R$ 13 milhões no terminal, e de 1998 até 2010, o total de investimentos deve somar R$ 39,5 milhões.
Segundo Eduardo Nascimento, diretor da Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar), o Brasil tem um déficit de portos para os navios de cruzeiros. "Cerca de quatorze portos são realmente utilizados no Brasil, mas apenas oito são atrativos", pondera. Nascimento afirma que o Porto do Rio de Janeiro precisa ser ampliado, principalmente para viabilizar cruzeiros internacionais. Já o de Santos é bem-visto pelo diretor, que elogia os aportes na ampliação do local. "O Concais tem feito investimentos maciços, mas ainda estão aquém do que necessitamos. Também precisamos de mais dois berços na parte do porto controlada pela Codesp, que viabiliza berços que não são exclusivos a navios de passageiros. Isso pode prejudicar parte da evolução dos cruzeiros", assinala.
Interessadas em receber navios de cruzeiros, Nascimento adianta que cidades como Ubatuba (SP) e Paraty (RJ) devem começar a atuar no mercado, ainda mais com a intensa utilização de destinos como Ilhabela (SP). O Porto de Antonina também pretende ser uma alternativa para cruzeiros e a cidade destinará R$ 12 milhões para a estruturação do receptivo de turistas.
"As melhorias devem ser concluídas para o atendimento da temporada 2008/2009, quando já há previsão de atracação de pelo menos um navio no porto", diz Eduardo Requião, superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Os recursos servirão para melhoria do trapiche onde aportarão as embarcações, melhoria da orla marítima e construção de um receptivo para turistas. Vias de acesso da cidade também serão recuperadas, bem como casarios e atrações turísticas.
Ponto de equilíbrio
Em função das deficiências portuárias, Nascimento acredita que os cruzeiros chegaram a um ponto de equilíbrio e não deveriam mais crescer. "Não gostaríamos que viessem mais navios ao Brasil, porque o crescimento começa a complicar o mercado. Nossa costa tem 8 mil quilômetros e temos poucos portos de visitação", diz.
Na temporada 2006/2007, 330 mil pessoas embarcaram em 11 navios, o que representa um crescimento de quase 40% no número de passageiros, frente ao período anterior. A expectativa é que, no próximo verão, os navios hospedem 430 mil pessoas, em 15 navios que virão ao País.
Nascimento, que é diretor-geral da Sun&Sea, adianta que a empresa está estudando manter navios no Brasil no período de inverno, na região Nordeste. "Acreditamos que há demanda para isso e a Sun&Sea é uma das empresas interessadas no projeto. Pretendemos manter navios para cruzeiros de sete dias entre Salvador e Fortaleza e o grande problema é alimentar os destinos com vôos internacionais", salienta o diretor.
Fonte: DCI - 22 AGO 07
O Porto do Rio de Janeiro, o segundo mais utilizado no País, está investindo na reestruturação do terminal de passageiros, aumentando a capacidade de atendimento ao público. Já na próxima temporada (2008/2009), o terminal, que pode receber até 20 mil pessoas, terá potencial para até 100 mil pessoas.
"Os investimentos fazem parte de um projeto de revitalização do porto. É um grande empreendimento comercial voltado ao lazer e ao turismo. O porto do Rio é dirigido para qualquer tipo de passageiro e possui uma grande facilidade logística, por sua proximidade dos aeroportos", avalia Pedro Guimarães, gerente-geral do Píer Mauá e do terminal de passageiros do Porto do Rio de Janeiro.
A primeira fase do projeto contará com aportes de R$ 30 milhões e consistirá em obras de recuperação, ampliação e conservação do terminal de passageiros. Atualmente, o Porto do Rio está ampliando a área de bagagem - de 2 mil para 3 mil metros quadrados - e dobrando a quantidade dos atuais 30 pontos de check-in. A capacidade do porto também será aumentada e até nove navios poderão atracar simultaneamente no local.
"Queremos ampliar a capacidade do terminal para embarque e desembarque de passageiros, com o foco de o porto tornar-se o principal do País para cruzeiros marítimos", ressalta Guimarães.
O Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini, do Concais, empresa operadora do complexo turístico no Porto de Santos, o principal do País, investirá este ano R$ 7 milhões em obras, equipamentos e climatização. Com os aportes, o local poderá atender 34 mil passageiros por dia, o que representa uma expansão de 48% em relação à capacidade anterior.
O complexo marítimo contará com uma área total de 36.500 metros quadrados na temporada 2007/2008. A expansão para a próxima temporada prevê que as áreas operacionais do terminal sejam ampliadas em 65%, passando para 19.500 metros quadrados, com áreas de check-in e espera, embarque e desembarque de passageiros e tripulantes, recepção de bagagem e estacionamento, entre outros serviços.
O Concais estima que o movimento total da próxima temporada será de 524 mil passageiros. O montante representa um crescimento de 6,5% sobre o intervalo anterior. A previsão é de que sejam investidos, até 2010, R$ 13 milhões no terminal, e de 1998 até 2010, o total de investimentos deve somar R$ 39,5 milhões.
Segundo Eduardo Nascimento, diretor da Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar), o Brasil tem um déficit de portos para os navios de cruzeiros. "Cerca de quatorze portos são realmente utilizados no Brasil, mas apenas oito são atrativos", pondera. Nascimento afirma que o Porto do Rio de Janeiro precisa ser ampliado, principalmente para viabilizar cruzeiros internacionais. Já o de Santos é bem-visto pelo diretor, que elogia os aportes na ampliação do local. "O Concais tem feito investimentos maciços, mas ainda estão aquém do que necessitamos. Também precisamos de mais dois berços na parte do porto controlada pela Codesp, que viabiliza berços que não são exclusivos a navios de passageiros. Isso pode prejudicar parte da evolução dos cruzeiros", assinala.
Interessadas em receber navios de cruzeiros, Nascimento adianta que cidades como Ubatuba (SP) e Paraty (RJ) devem começar a atuar no mercado, ainda mais com a intensa utilização de destinos como Ilhabela (SP). O Porto de Antonina também pretende ser uma alternativa para cruzeiros e a cidade destinará R$ 12 milhões para a estruturação do receptivo de turistas.
"As melhorias devem ser concluídas para o atendimento da temporada 2008/2009, quando já há previsão de atracação de pelo menos um navio no porto", diz Eduardo Requião, superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Os recursos servirão para melhoria do trapiche onde aportarão as embarcações, melhoria da orla marítima e construção de um receptivo para turistas. Vias de acesso da cidade também serão recuperadas, bem como casarios e atrações turísticas.
Ponto de equilíbrio
Em função das deficiências portuárias, Nascimento acredita que os cruzeiros chegaram a um ponto de equilíbrio e não deveriam mais crescer. "Não gostaríamos que viessem mais navios ao Brasil, porque o crescimento começa a complicar o mercado. Nossa costa tem 8 mil quilômetros e temos poucos portos de visitação", diz.
Na temporada 2006/2007, 330 mil pessoas embarcaram em 11 navios, o que representa um crescimento de quase 40% no número de passageiros, frente ao período anterior. A expectativa é que, no próximo verão, os navios hospedem 430 mil pessoas, em 15 navios que virão ao País.
Nascimento, que é diretor-geral da Sun&Sea, adianta que a empresa está estudando manter navios no Brasil no período de inverno, na região Nordeste. "Acreditamos que há demanda para isso e a Sun&Sea é uma das empresas interessadas no projeto. Pretendemos manter navios para cruzeiros de sete dias entre Salvador e Fortaleza e o grande problema é alimentar os destinos com vôos internacionais", salienta o diretor.
Fonte: DCI - 22 AGO 07