Terça, 04 Fevereiro 2025

A gigante coreana Samsung vai mais do que transferir tecnologia para o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que está se instalando em Suape. O grupo integrará a sociedade entre a Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e a PJMR com 10% do capital. A informação foi confirmada pelo diretor industrial do EAS, Reiqui Abe, e por um sócio do empreendimento ouvido pelo JC, embora tenha sido negada, para jornalistas, pelo presidente do estaleiro, Paulo Haddad.

Uma delegação de oito coreanos, liderado pelo principal executivo de finanças do braço de construção naval da Samsung, Kim Seo Yum, esteve ontem em Ipojuca para a inauguração da escola Nascedouro de Talentos. Hoje, no Rio de Janeiro, o grupo firmará contratos com o AES. São três contratos em vista. Um para a transferência tecnológica da construção do estaleiro em si, outro para a construção dos dez navios Suezmax que foram encomendados pela Transpetro e outro para auxiliar o AES em compras internacionais. “Eles vão negociar com fornecedores, em nome deles, para comprar equipamentos para nós”, revelou Reique Abe.

A principal vantagem para o estaleiro pernambucano é contar com o nome da Samsung para receber encomendas. “Nós queremos o selo Samsung. Hoje ninguém conhece o Estaleiro Atlântico Sul. Ainda não entregamos nenhum navio”, disse Abe. Isso porque o grupo também pretende entrar no mercado de exportações de navios, após cumprir o contrato com a Transpetro.

A Samsung já desenvolveu o projeto conceitual do navio Suezmax encomendado pela Transpetro e agora detalhará o trabalho. O acordo de transferência de tecnologia também envolve treinar trabalhadores locais na Coréia. “Uma parte gerencial deve ser treinada lá na Coréia e voltar para trabalhar como multiplicadora”, afirmou Carlos Camerato, presidente do conselho de acionistas do AES. Segundo ele, cerca de 30 gerentes devem ser contratados, o que deve ocorrer até o final do ano.

Segundo uma fonte ouvida pelo JC, desde o início da transferência de tecnologia que se tentava atrair os coreanos para uma associação. Os problemas burocráticos do Brasil, como a demora na oficialização da licitação e na assinatura dos contratos de compra e financiamento, é que dificultavam o processo. Agora que o estaleiro está em obras, o grupo estrangeiro sentiu confiança para fechar a parceria. A Samsung é a segunda maior do mundo no setor naval e possui mais de US$ 10 bilhões em encomendas na carteira de pedidos, apenas na primeira metade do ano.

Fonte: Jornal do Commercio - 12 JUL 07

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