Justamente por essa estreita relação entre porto e indústria, a malha ferroviária que corta a área cubatense reveste-se de importância no cenário comercial da Baixada Santista, com vagões transportando sete dias por semana cargas entre as duas cidades. Entretanto, as condições das passagens de nível no município deixam a desejar, para irritação de motoristas e moradores. O mato alto e o excesso de lixo são duas marcas registradas dos cruzamentos mais importantes.
Cruzamento 1: Linha férrea x Rua Paraíba
O ponto de partida é o Jardim 31 de Março, onde o cruzamento dos trilhos com a Rua Paraíba desagrada os moradores e garante uma clientela fiel para a oficina do bairro, instalada estrategicamente no local. A sinalização do solo e de placas foi recentemente instalada, o que na opinião do funileiro Isaias Gomes diminuiu o risco de acidentes na via.
“Antes a situação estava bem pior. Ainda bem que colocaram novas placas, mas poderiam agora melhorar a rua em si, reforçando o asfalto e tapando os buracos próximos aos trilhos”. Realmente, encontrar um asfalto de qualidade nas regiões periféricas de Cubatão é um grande desafio, assim como achar áreas próximas às linhas férreas sem mato alto ou entulho, quando não os dois juntos. “Aqui tem muito mosquito por causa disso”, atesta Isaias.
Cruzamento 2: Linha férrea x Avenida Henry Borden
Nessa avenida estão dois dos principais pontos de Cubatão: a rodoviária municipal e um dos acessos à Rodovia Cônego Domênico Rangoni, a antiga Piaçaguera-Guarujá. Nem por isso, o mato alto e ao lixo deixam de estar presentes. O mais curioso é ver que nem mesmo uma placa nova da América Latina Logística (ALL) agüentou o tranco, caindo bem ao lado da linha férrea administrada pela empresa.
Na Avenida Henry Borden, a sinalização luminosa funciona normalmente, mas os mais desatentos só sabem que um trem estás chegando por causa de sua buzina ensurdecedora, a mesma que tempos atrás gerou reclamações de moradores de Santos em reportagem exclusiva do PortoGente.
Clique aqui para ver um vídeo com o buzinaço promovido pelas locomotivas da ALL em Cubatão.
Cruzamento 3: Linha férrea x Avenida Joaquim Miguel Couto
O local é o que está em pior estado de conservação. Os equipamentos luminosos não funcionam e, com isso, o risco de acidentes à noite aumenta. Tanto as placas de “Pare, Olhe e Escute” e “Pare”, quanto a chamada Cruz de Santos André, com o “Cruzamento, Linha Férrea” estão destacadas no cruzamento, mas o mato alto e o acúmulo de lixo botam por terra parte do esforço em melhorar a sinalização.
O motorista ou mesmo os ciclistas precisam passar com cuidado pela linha férrea, senão os buracos podem causar um estrago considerável no veículo. E não custa também olhar para os dois lados, pois se o maquinista não acionar a buzina estridente, um acidente pode ser registrado nesse cruzamento.
Coincidência demais
Após o início das reportagens do PortoGente sobre a conservação das linhas férreas, pelo menos três acidentes foram registrados nas chamadas passagens de nível. Em Santos, há cerca de 20 dias, um veículo foi abalroado por uma locomotiva, justamente no dia em que uma campanha educativa da ALL seria realizada na cidade.
Já na Vila Esperança, em Cubatão, uma pessoa foi encontrada morta e com uma perna decepada sobre a linha ferra que cruza o bairro. E também na semana passada, um acidente envolveu um ônibus e um trem ocorreu em Curitiba, no Paraná. A colisão aconteceu perto da estação ferroviária e ninguém ficou ferido. De acordo com informações do portal Globo.com, o ônibus não parou e bateu no meio da locomotiva, que transportava dois vagões de passageiros.
Fonte: PortoGente