As projeções para a safra 2007/08 de soja são otimistas e especialistas do setor apostam na ampliação de área plantada, ultrapassando 60 milhões de toneladas, além do crescimento nas vendas externas.
Para o consultor Anderson Galvão, da Céleres, o complexo de soja (grãos, óleo e farelo) deverá trazer US$ 10 bilhões para o País este ano. "A retração de área no mercado norte-americano e a redução por conta de problemas energéticos da exportação de farelo e óleo de soja da Argentina, principal exportador, são fatores favoráveis para o Brasil vender mais em 2008 e ultrapassar 60 milhões de toneladas", diz.
Com base no relatório divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de soja do Brasil em 2006/07 deve atingir 58 milhões de toneladas, cerca de 5,5% maior que a safra anterior. "Poderemos registrar a maior produção da história, caso seja confirmada esta produção", diz João Paulo Moraes Filho, analista de produtos da Conab. Na safra 2005/06, o Brasil produziu 53,4 milhões de toneladas da oleaginosa.
Para o consultor, outro fator que deverá impulsionar a safra de 2008 é a retomada de áreas onde o milho tomou espaço. "Do sudoeste goiano ao Sul do País, a recuperação deverá ser grande. A previsão é de fechar este ano em 20,6 milhões de hectares de área plantada, contra 22,4 milhões do ano passado, redução de 9,3%. Daí uma possível margem de crescimento na safra futura", conta Moraes Filho.
As boas condições climáticas ocorridas durante o desenvolvimento da cultura elevaram a produtividade média. "A maior parte dos estados, de maneira geral, tiveram ganhos de produtividade significativos, apesar de veranicos localizados e da ferrugem asiática que tem sido mais bem controlada a cada safra. A produtividade do Paraná e Rio Grande Sul evidencia a realidade climática das safras 2005/06 e 2006/07", conta.
O maior estado produtor, com participação de 26% do País, Mato Grosso deverá colher este ano 15,3 milhões de toneladas com 5,3 milhões de hectares plantados. "A projeção é de que na próxima safra voltemos para os 15,9 milhões de toneladas da safra 2005/06", constata Marcelo Duarte, diretor executivo da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
Segundo Duarte, as exportações do estado nesta safra, com cerca de 13 milhões de toneladas exportadas, deverão ser ampliadas à medida que acordos comerciais sejam fechados com países em desenvolvimento. "A Associação Americana de Soja está nos auxiliando em contratos na índia para farelo de soja porque já temos acordos para óleo. Também devemos ampliar parcerias com a China, e, à medida que o mercado norte-americano encolher, poderemos vender mais para eles", revela.
Paraná
Produtores de soja do Paraná, estado que é o segundo em participação da produção, com 21% do País, estão aproveitando a queda do preço do produto no mercado internacional nos últimos dias para formar estoques, o que poderá favorecer as vendas no segundo semestre, quando os preços, historicamente, ficam melhores. A maior parte dos produtores de grãos do Paraná exporta a produção. Nesta safra, totalizou quase 12 milhões de toneladas. O analista de Mercado da soja da Agência Rural, Stéfano Passinato, lembra a queda abrupta na cotação da soja na Bolsa de Chicago. "O vendedor se retraiu uma queda de quase 50 pontos nos últimos dias", diz ele.
No Brasil, a prorrogação de dívidas junto ao Banco do Brasil contribuiu para manter o produtor retraído. "O mercado está correndo somente um giro de volumes menores", diz.
O preço da saca de 60 quilos chegou a bater R$ 34,00, e após a queda na última semana, o preço da saca em Paranaguá, praça de referência para todo o País, caiu para R$ 32,00. "A previsão é de um valor entre US$ 17 e US$ 18 para Paranaguá e Santos", conta Duarte, da Aprosoja.
O secretário da Agricultura, Valter Bianchini, ressalta que os preços dos principais grãos produzidos no Paraná se mantiveram melhores que os do ano passado, mesmo em pleno período de safra.
"Essa tendência já está apontando para sinais positivos de recuperação do mercado, como a venda de carros e caminhões, e também o aumento dos investimentos no meio rural."
Ao todo, a safra agrícola de verão e de inverno 2006/07 do Paraná caminha para uma produção recorde, de 30,38 milhões de toneladas, um pouco acima do recorde obtido na safra 2002/03, quando foram produzidos 30,37 milhões de toneladas no estado. Se confirmada essa produção, ela será 27,2% superior à do ano passado quando foram produzidas 23,8 milhões de toneladas.
A safra normal de milho, plantada e colhida no verão 06/07, totaliza uma produção de 8,7 milhões de toneladas. Se somado ao resultado esperado da safrinha, a colheita total de milho no Paraná poderá atingir 14,38 milhões de toneladas.
Ferrugem
A partir da próxima safra, o estado vai adotar o vazio sanitário para o plantio de soja, para evitar a disseminação da ferrugem asiática.
De acordo com o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, Carlos Alberto Salvador, o vazio sanitário para a soja não deve causar impacto econômico. "Poderá haver uma migração dos produtores para outras culturas, sem maiores problemas", diz.
Para o consultor Anderson Galvão, da Céleres, o complexo de soja (grãos, óleo e farelo) deverá trazer US$ 10 bilhões para o País este ano. "A retração de área no mercado norte-americano e a redução por conta de problemas energéticos da exportação de farelo e óleo de soja da Argentina, principal exportador, são fatores favoráveis para o Brasil vender mais em 2008 e ultrapassar 60 milhões de toneladas", diz.
Com base no relatório divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de soja do Brasil em 2006/07 deve atingir 58 milhões de toneladas, cerca de 5,5% maior que a safra anterior. "Poderemos registrar a maior produção da história, caso seja confirmada esta produção", diz João Paulo Moraes Filho, analista de produtos da Conab. Na safra 2005/06, o Brasil produziu 53,4 milhões de toneladas da oleaginosa.
Para o consultor, outro fator que deverá impulsionar a safra de 2008 é a retomada de áreas onde o milho tomou espaço. "Do sudoeste goiano ao Sul do País, a recuperação deverá ser grande. A previsão é de fechar este ano em 20,6 milhões de hectares de área plantada, contra 22,4 milhões do ano passado, redução de 9,3%. Daí uma possível margem de crescimento na safra futura", conta Moraes Filho.
As boas condições climáticas ocorridas durante o desenvolvimento da cultura elevaram a produtividade média. "A maior parte dos estados, de maneira geral, tiveram ganhos de produtividade significativos, apesar de veranicos localizados e da ferrugem asiática que tem sido mais bem controlada a cada safra. A produtividade do Paraná e Rio Grande Sul evidencia a realidade climática das safras 2005/06 e 2006/07", conta.
O maior estado produtor, com participação de 26% do País, Mato Grosso deverá colher este ano 15,3 milhões de toneladas com 5,3 milhões de hectares plantados. "A projeção é de que na próxima safra voltemos para os 15,9 milhões de toneladas da safra 2005/06", constata Marcelo Duarte, diretor executivo da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
Segundo Duarte, as exportações do estado nesta safra, com cerca de 13 milhões de toneladas exportadas, deverão ser ampliadas à medida que acordos comerciais sejam fechados com países em desenvolvimento. "A Associação Americana de Soja está nos auxiliando em contratos na índia para farelo de soja porque já temos acordos para óleo. Também devemos ampliar parcerias com a China, e, à medida que o mercado norte-americano encolher, poderemos vender mais para eles", revela.
Paraná
Produtores de soja do Paraná, estado que é o segundo em participação da produção, com 21% do País, estão aproveitando a queda do preço do produto no mercado internacional nos últimos dias para formar estoques, o que poderá favorecer as vendas no segundo semestre, quando os preços, historicamente, ficam melhores. A maior parte dos produtores de grãos do Paraná exporta a produção. Nesta safra, totalizou quase 12 milhões de toneladas. O analista de Mercado da soja da Agência Rural, Stéfano Passinato, lembra a queda abrupta na cotação da soja na Bolsa de Chicago. "O vendedor se retraiu uma queda de quase 50 pontos nos últimos dias", diz ele.
No Brasil, a prorrogação de dívidas junto ao Banco do Brasil contribuiu para manter o produtor retraído. "O mercado está correndo somente um giro de volumes menores", diz.
O preço da saca de 60 quilos chegou a bater R$ 34,00, e após a queda na última semana, o preço da saca em Paranaguá, praça de referência para todo o País, caiu para R$ 32,00. "A previsão é de um valor entre US$ 17 e US$ 18 para Paranaguá e Santos", conta Duarte, da Aprosoja.
O secretário da Agricultura, Valter Bianchini, ressalta que os preços dos principais grãos produzidos no Paraná se mantiveram melhores que os do ano passado, mesmo em pleno período de safra.
"Essa tendência já está apontando para sinais positivos de recuperação do mercado, como a venda de carros e caminhões, e também o aumento dos investimentos no meio rural."
Ao todo, a safra agrícola de verão e de inverno 2006/07 do Paraná caminha para uma produção recorde, de 30,38 milhões de toneladas, um pouco acima do recorde obtido na safra 2002/03, quando foram produzidos 30,37 milhões de toneladas no estado. Se confirmada essa produção, ela será 27,2% superior à do ano passado quando foram produzidas 23,8 milhões de toneladas.
A safra normal de milho, plantada e colhida no verão 06/07, totaliza uma produção de 8,7 milhões de toneladas. Se somado ao resultado esperado da safrinha, a colheita total de milho no Paraná poderá atingir 14,38 milhões de toneladas.
Ferrugem
A partir da próxima safra, o estado vai adotar o vazio sanitário para o plantio de soja, para evitar a disseminação da ferrugem asiática.
De acordo com o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, Carlos Alberto Salvador, o vazio sanitário para a soja não deve causar impacto econômico. "Poderá haver uma migração dos produtores para outras culturas, sem maiores problemas", diz.
Fonte: DCI - 04 JUL 07