Os negociadores brasileiros que atuaram no G4 - grupo formado por Brasil, Índia, EUA, União Européia (UE) - participam hoje em Assunção, no Paraguai, da Reunião de Coordenação para a Organização Mundial do Comércio (OMC) do Mercosul, que não estava prevista na pauta oficial divulga no dia 25 para Cúpula do bloco. De acordo com um negociador, grande parte da reunião deve ser destinada para uma avaliação do fim antecipado da reunião do G4 e os impactos na Rodada de Doha. Os países do bloco devem discutir uma posição conjunta para a retomada das negociações multilaterais na OMC, que devem acontecer nas próximas semanas.
A expectativa é chegar a um consenso entre Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, em médio prazo, sobre a lista de produtos industriais sensíveis, que teriam uma proteção tarifária maior e cortariam apenas metade da redução estabelecida em caso de algum acordo multilateral. A OMC estabeleceu um prazo de três semanas para realizar uma consulta aos países membros e tentar estabelecer os papéis de referência para um acordo, processo que fica mais difícil com a falta de consenso no G4.
De acordo com informação publicada ontem pela Agência Brasil, durante a terceira sessão do Parlamento do Mercosul, encerrada no último dia 25 no Uruguai, foi aprovada uma resolução apresentada pelo senador Aloizio Mercadante, um dos 18 representantes brasileiros no recém-criado órgão regional, composto ainda por argentinos, uruguaios, paraguaios e venezuelanos.
O documento apóia as posições assumidas pelos "Estados Partes do Mercosul nas negociações da OMC" e afirma que a Rodada de Doha "só chegará a bom termo se induzir uma significativa liberalização do mercado agrícola e corrigir as assimetrias da Rodada Uruguai". A reunião do Parlamento terminou um dia antes do prazo por falta de quorum.
União Européia
Com o tom de incerteza em Doha, as negociações dos acordos via Mercosul devem ter especial atenção durante a Cúpula do bloco, que começa hoje no Paraguai. De acordo com o embaixador da UE - que negocia um acordo de livre-comércio com o bloco sul-americano - no Brasil, João Pacheco, se não houver avanços nas negociações da Rodada de Doha até o próximo mês, as negociações bilaterais com o Mercosul se iniciarão mesmo em setembro, conforme antecipado pelo DCI.
"É muito mais fácil fechar um acordo bilateral do que um acordo do tamanho OMC e temos muito interesse no Mercosul", completou.
Pacheco acredita numa negociação rápida com o Mercosul. "O cenário atual é muito melhor do que o de 2004, quando paramos de negociar por divergências de propostas", justifica. "Se houver uma melhor proposta na área de indústria e serviços, fechamos acordo rápido".
No entanto, a União Européia não está disposta a ceder mais do que ofereceu durante as negociações da OMC. "Temos que ter contrapartidas para ceder mais. As propostas apresentadas em Doha estão longe de serem suficientes", disse. O embaixador relembrou que o bloco europeu também está em negociação com países da Ásia e da América Central. Entretanto, para ele, uma aproximação entre UE e Brasil pode agilizar o acordo entre os blocos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve receber, no próximo dia 4 de julho, a proposta da Comissão Européia que elevará o Brasil ao patamar de "parceiro estratégico" do bloco, durante sua próxima reunião com os representantes europeus em Lisboa. De caráter mais político que comercial, questões como cooperação tecnológica e energética devem fazer parte da pauta na nova parceria - a primeira do bloco com um país latino americano.
Atualmente, Estados Unidos, Canadá, Rússia, China, Japão e Índia, têm a parceria estratégica, que também é estudada para outros países, como Japão e África do Sul. "A aproximação maior do ponto de vista político deve contribuir com as negociações junto ao Mercosul no futuro", explica Fabian Delcros, Conselheiro da Delegação da Comissão Européia no Brasil. Para o conselheiro, a proposta representa o reconhecimento do Brasil como parceiro "estratégico e estabilizador na região. É uma maturação dos diálogos bilaterais".
Fonte: DCI - 27 JUN 07
A expectativa é chegar a um consenso entre Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, em médio prazo, sobre a lista de produtos industriais sensíveis, que teriam uma proteção tarifária maior e cortariam apenas metade da redução estabelecida em caso de algum acordo multilateral. A OMC estabeleceu um prazo de três semanas para realizar uma consulta aos países membros e tentar estabelecer os papéis de referência para um acordo, processo que fica mais difícil com a falta de consenso no G4.
De acordo com informação publicada ontem pela Agência Brasil, durante a terceira sessão do Parlamento do Mercosul, encerrada no último dia 25 no Uruguai, foi aprovada uma resolução apresentada pelo senador Aloizio Mercadante, um dos 18 representantes brasileiros no recém-criado órgão regional, composto ainda por argentinos, uruguaios, paraguaios e venezuelanos.
O documento apóia as posições assumidas pelos "Estados Partes do Mercosul nas negociações da OMC" e afirma que a Rodada de Doha "só chegará a bom termo se induzir uma significativa liberalização do mercado agrícola e corrigir as assimetrias da Rodada Uruguai". A reunião do Parlamento terminou um dia antes do prazo por falta de quorum.
União Européia
Com o tom de incerteza em Doha, as negociações dos acordos via Mercosul devem ter especial atenção durante a Cúpula do bloco, que começa hoje no Paraguai. De acordo com o embaixador da UE - que negocia um acordo de livre-comércio com o bloco sul-americano - no Brasil, João Pacheco, se não houver avanços nas negociações da Rodada de Doha até o próximo mês, as negociações bilaterais com o Mercosul se iniciarão mesmo em setembro, conforme antecipado pelo DCI.
"É muito mais fácil fechar um acordo bilateral do que um acordo do tamanho OMC e temos muito interesse no Mercosul", completou.
Pacheco acredita numa negociação rápida com o Mercosul. "O cenário atual é muito melhor do que o de 2004, quando paramos de negociar por divergências de propostas", justifica. "Se houver uma melhor proposta na área de indústria e serviços, fechamos acordo rápido".
No entanto, a União Européia não está disposta a ceder mais do que ofereceu durante as negociações da OMC. "Temos que ter contrapartidas para ceder mais. As propostas apresentadas em Doha estão longe de serem suficientes", disse. O embaixador relembrou que o bloco europeu também está em negociação com países da Ásia e da América Central. Entretanto, para ele, uma aproximação entre UE e Brasil pode agilizar o acordo entre os blocos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve receber, no próximo dia 4 de julho, a proposta da Comissão Européia que elevará o Brasil ao patamar de "parceiro estratégico" do bloco, durante sua próxima reunião com os representantes europeus em Lisboa. De caráter mais político que comercial, questões como cooperação tecnológica e energética devem fazer parte da pauta na nova parceria - a primeira do bloco com um país latino americano.
Atualmente, Estados Unidos, Canadá, Rússia, China, Japão e Índia, têm a parceria estratégica, que também é estudada para outros países, como Japão e África do Sul. "A aproximação maior do ponto de vista político deve contribuir com as negociações junto ao Mercosul no futuro", explica Fabian Delcros, Conselheiro da Delegação da Comissão Européia no Brasil. Para o conselheiro, a proposta representa o reconhecimento do Brasil como parceiro "estratégico e estabilizador na região. É uma maturação dos diálogos bilaterais".
Fonte: DCI - 27 JUN 07