Quarta, 05 Fevereiro 2025

Trabalhadores de dois setores que vivem um momento de forte crescimento, os operários da construção civil e das usinas de açúcar e álcool do Estado de São Paulo se preparam para cobrar na mesa de negociação sua parte na expansão dos negócios. Com data-base para reajuste salarial em 1º de maio, as duas categorias querem aumento real de salários e ameaçam endurecer nas negociações.

Nas usinas de cana-de-açúcar, 25 mil funcionários representados por 11 sindicatos filiados à Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar), entidade ligada à Força Sindical, têm definida pré-pauta com reivindicação da reposição da inflação mais aumento real de 8% nos salários.

“Vamos parar muitas destilarias aqui no Estado se as negociações não caminharem nos parâmetros que estamos defendendo”, diz Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar. As negociações não incluem os trabalhadores no setor de corte de cana-de-açúcar.

Para o sindicalista, o cenário é amplamente favorável às reivindicações da categoria. Tanto que o pedido de aumento real de 8% é só um indicativo elaborado pelo conjunto de sindicatos, que individualmente ainda podem aprovar porcentuais maiores nas assembléias de trabalhadores das suas respectivas bases.

“Temos pauta única, mas as negociações acontecem por empresas, grupos de empresas e por região”, explica Silva. A lista de reivindicações dos trabalhadores deverá ser entregue à União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica) no dia 27.

O setor se encontra em franca expansão, puxado pela demanda de álcool combustível no mercado interno e de exportação. Existem hoje mais de 90 projetos de construção e ampliação de usinas de açúcar e álcool no País, além de grande interesse de investidores estrangeiros, como ficou demonstrado na visita recente do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao Brasil.

Maior produtor de cana do País, São Paulo responde por mais de 60% da oferta nacional. “Uma greve representaria risco muito grande de prejuízo para as usinas”, diz o presidente da Fequimfar.

Nos canteiros de obras, os sindicalistas também mobilizam os trabalhadores e prometem radicalizar nas negociações. Em campanha unificada dos sindicatos da Força Sindical , da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Nova Central Sindical, os 530 mil operários em todo o Estado reivindicam aumento salarial de 5%, além da reposição da inflação.

“O momento é oportuno para o trabalhador aumentar a sua renda”, afirma Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sindicato da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP), da Força, que negocia em nome de 225 mil operários. Depois de uma greve de sete dias na capital, para pressionar as construtoras a conceder plano de saúde, PLR e alimentação balanceada, os trabalhadores entregam amanhã a pauta de reivindicações aos empresários do setor. “Se eu fosse eles, faria de tudo para não deixar acontecer uma greve”, diz Ramalho.

Fonte: O Estado de S.Paulo - 21 MAR 07

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