Quarta, 05 Fevereiro 2025
O setor sucroalcooleiro e o governo do Estado começaram ontem a discutir a criação da Câmara Setorial da Cana-de-açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de Pernambuco. A finalidade do órgão será promover o desenvolvimento econômico e social da região canavieira pelo aumento da produtividade e da ampliação da fronteira agrícola pernambucana, em direção ao oeste do território. Além do governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, participarão da Câmara Setorial o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), o Sindicato dos Cultivadores de Cana-de-açúcar do Estado de Pernambuco (Sindicape) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape), respectivamente as representações dos industriais, dos fornecedores e dos trabalhadores rurais.

Com a iniciativa, Pernambuco será o primeiro Estado da federação a ter um órgão desse tipo, semelhante ao que existe no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atuando apenas em âmbito federal. “Hoje (ontem) aconteceu a discussão para a implementação da Câmara Setorial. Recebemos uma minuta do estatuto e tivemos uma reunião para discutir aspectos econômicos e sociais”, explicou o assessor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Fausto Pontual. “Foi dado um prazo para os aditivos. Na próxima semana, nós voltamos a nos reunir para sintetizar as informações colhidas”, disse.

Apesar da criação da Câmara Setorial ser bem vista tanto pela indústria quanto pelos fornecedores e trabalhadores rurais, o campo de atuação do órgão já começa a gerar polêmica. “A Câmara tem que funcionar como instrumento de união para alavancar políticas públicas, e não para exacerbar antagonismos. Devemos procurar a estabilidade da cadeia produtiva”, afirmou o presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha. Para ele, o órgão não deve ser o espaço para a discussão sobre salários e preço da cana-de-açúcar. “Isso ocorre em outros fóruns”, completou.

Para o presidente da Fetape, Aristides Santos, a composição da câmara não pode ser desigual entre setor empresarial e trabalhadores. “Recebemos a minuta do estatuto e vamos apresentar uma proposta para que a composição seja mais enxuta”, disse. Para ele, a ênfase da atuação do órgão não deve se restringir apenas à questão econômica. “É preciso o mesmo tratamento para as questões sociais e ambientais”, disse. Já para o presidente do Sindicape, é necessário redefinir e ampliar as funções das universidades e de instituições como a Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA) dentro da Câmara.

Fonte: Jornal do Commercio - 20 MAR 07

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