Quarta, 05 Fevereiro 2025

O Reino Unido elegeu o Brasil como o mercado prioritário na América do Sul e, neste ano, os países devem ampliar o intercâmbio comercial. Governo e iniciativa privada de ambos os lados estão unidos para promover as relações bilaterais, com foco na parceria entre empresas. No último dia 13, a UK Trade & Investments — instituição do governo britânico que apóia exportações e parcerias internacionais — lançou um novo serviço no Brasil para atrair empresas que tenham competitividade no mercado britânico. No mesmo dia, o Comitê Econômico e o Comércio Conjunto Brasil-Reino Unido (JETCO), criado em setembro do ano passado, se reuniu para traçar o planejamento estratégico de 2007, que incluí a criação de uma vitrine na bolsa de valores londrina, com o auxílio da Bovespa, para dar mais visibilidade aos capitais de empresas brasileiras.

De acordo com o presidente da Britcham, Ivan Clark, o trabalho do JETCO começará pelas áreas em que as relações comerciais estão mais adiantadas. “O Reino Unido deve investir numa parceria com o setor de biocombustíveis brasileiro para criar novos pontos de produção destes produtos em países do sul da África. Também há a previsão de trazer o modelo britânico para incubar faculdades brasileiras”, antecipa.

Além de representantes governamentais, setores britânicos da área farmacêutica, indústria espacial, de serviços financeiros e bebidas — interessados em investir no Brasil — têm participado das reuniões do comitê. Do lado brasileiro, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e representantes da indústria lideram as negociações. A intenção é aprofundar o intercâmbio comercial de produtos com valor agregado, como no setor de softwares. O planejamento do JETCO inclui ainda a realização de missões empresariais nos países e a vinda do prefeito londrino, Ken Livingstone, ao Brasil em agosto — antes do comitê se reunir novamente, em Londres no mês de setembro. “Nos últimos 20 anos a Inglaterra preferiu investir nos mercados mais tradicionais. Mas os investidores que estão no Brasil têm muito sucesso, então esperamos que aos poucos isso possa mudar”, diz Clark.

Internacionalização
Segundo o cônsul-geral britânico em São Paulo, Martin Raven, o Reino Unido precisa “olhar para o globo e ver os mercados que não está atingindo. A Inglaterra foi uma grande parceira comercial do Brasil no século XIX e, infelizmente, isso mudou”, ressalta.
Para aprofundar as trocas comerciais, a UK Trade & Investments apostará na internacionalização das empresas brasileiras.O novo serviço apoiará empresas que queiram se expandir durante todo o processo de implantação no Reino Unido, mas também deve atrair aquelas com potencial para o mercado britânico. De acordo com o cônsul, neste ano será feita uma “pesquisa no mercado brasileiro para levantar as empresas com potencial de expansão. Além de São Paulo, vamos conhecer empresas do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e das Regiões Norte e Sul do País. Temos alguns setores alvos, como o de finanças, principalmente na área de bancos, alta tecnologia, tecnologia da informação, biotecnologia e biocombustíveis. Depois vamos fazer um contato e o marketing do mercado britânico — hoje a 4ª maior economia mundial — e, em abril, já faremos uma reunião com 40 empresas”, detalha.

O foco é atrair pequenas e médias empresas brasileiras que teriam competitividade. O diretor de comércio e investimento da UK Trade & Investments, Daniel Ritchie, explica que as empresas encontram uma série de facilidades para se instalar no Reino Unido. “Para captação de capitais, Londres possui duas bolsas de valores, de acesso fácil para as empresas brasileiras — a London Stock Exchange para empresas de grande porte e Alternative Investment Market para as de médio porte. Os mercados de capitais e os bancos são também uma grande fonte de crédito para projetos comerciais”, aconselha.

O país oferece alguns incentivos financeiros e fiscais para empresas. Em algumas regiões da Escócia, do País de Galles, da Irlanda do Norte e da Inglaterra, o governo dá subsídio às empresas para incentivar a geração de emprego e atrair investimentos. “As empresas interessadas passam por processo de análise e os melhores projetos podem receber até US$ 34 mil por trabalhador britânico contratado. Caso a empresa tenha lucro baixo [de até R$ 40 mil] existe, ainda, uma isenção fiscal corporativa”, diz Ritchie. Na avaliação do diretor, “o mercado britânico pode ser a grande porta de entrada para o europeu”.

Fonte: DCI - 19 MAR 07

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