Modernizar o sistema sindical será o foco que o novo secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antonio Medeiros, pretende imprimir na pasta que assume a partir de segunda-feira, dia 5, no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). “É preciso adequar a estrutura sindical a realidade atual”, diz Medeiros.
Deputado federal por duas legislaturas e atuante no mundo sindical, tendo passado pela presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da Força Sindical, Medeiros espera agora poder unir a experiência que acumulou junto ao parlamentares e aos sindicalistas.
Segundo ele, a modernização da estrutura sindical passa necessariamente por dois temas: a discussão sobre a questão financeira dos sindicatos, que hoje é composta por quatro tipos de contribuição, e o reconhecimento das entidades.
“Estou entusiasmado. Este é um grande desafio”, afirma. Em sua primeira reunião com o ministro Luiz Marinho, Medeiros recebeu uma agenda de tarefas a serem tocadas. Entre elas estão assuntos considerados ‘espinhosos’ ou de difícil consenso. Entre eles, o próprio reconhecimento das centrais, a reforma sindical, a regularização do trabalho aos domingos, as cooperativas de trabalho, a terceirização, o direito de greve do servidor público e a representação das centrais no sistema ‘S’ — Senac, Sesi, Sesc, Sebrae. “A orientação é começar a ouvir as centrais e articular sobre esses temas dentro do Fórum do Trabalho”, conta.
Segundo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, atual presidente da Força e deputado federal pelo PDT, a Central levou o nome de Medeiros ao ministro como indicação para ocupar a pasta. “Nós o apoiamos por unanimidade. Além de todo o trabalho que já fez, acho que a experiência dele no Congresso ajudará”, diz Paulinho, que foi vice de Medeiros no sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e na Força “Modernizar a estrutura sindical, que está ultrapassada, dentro de um governo que vem desse meio é fundamental”, diz
Relação democrática
Para Medeiros, o governo Lula estabeleceu uma relação democrática entre os trabalhadores e os empresários. “Tudo sempre é feito com discussão e negociação. É um governo com diretrizes de não retirar direito do trabalhador”, diz. “Até mesmo a reforma trabalhista deverá vir no sentido de agilizar as contratações, e implantar flexibilizações que não signifiquem retirada de direitos”, completa.
Fonte: DCI - 02 MAR 07