Domingo, 24 Novembro 2024

O Brasil vai propor na Conferência do Clima das Nações Unidas em dezembro deste ano em Paris, a COP 21, o aumento da parcela do biodiesel na mistura com o diesel mineral, hoje na casa dos 7% por litro.

A proposta brasileira, expressa no documento “pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada (intended Nationally Determined Contribution – iNDC na sigla em inglês) para Consecução do Objetivo da Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre Mudança no Clima”, coloca: “aumentar a participação de bioenergia sustentável na matriz energética brasileira para aproximadamente 18% até 2030, expandindo o consumo de biocombustíveis, aumentando a oferta de etanol, inclusive por meio do aumento da parcela de biocombustíveis avançados (segunda geração), e aumentando a parcela de biodiesel na mistura do diesel”.

O documento já está disponível no site da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil, a Aprobio (http://www.aprobio.com.br/noticia_new.aspx?noticia=134).

No dia 26 de agosto deste ano o diretor-superintendente da Associação, Julio Cesar Minelli, esteve reunido no Ministério das Relações Exteriores com o embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho, que é Subsecretário de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia da pasta. Na audiência, Minelli ponderou sobre a pertinência de o biocombustível ser incluído na pauta do país para a COP 21.

No mesmo dia, Minelli esteve no Ministério do Meio Ambiente, onde foi recebido pelo diretor de Mudanças Climáticas da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Adriano Santhiago de Oliveira, quando tratou do mesmo tema.

Nas duas ocasiões, o diretor da Aprobio entregou ao embaixador e ao diretor o estudo do Instituto Saúde e Sustentabilidade sobre os benefícios ambientais e de saúde com o aumento progressivo do uso de biodiesel em seis capitais e suas respectivas regiões metropolitanas.

Realizado com apoio da Aprobio, o levantamento mostra a redução de internações hospitalares por problemas respiratórios e mortes evitadas por doenças relacionadas à poluição atmosférica, bem como a economia de recursos para os sistemas de saúde pública das cidades.

Além deste levantamento, foi apresentado outro, encomendado pela APROBIO à consultoria ambiental Peterson Solutions. De acordo com este trabalho, o biodiesel emite menos 71,65% de gases de efeito estufa em toda a cadeia de produção, desde a fase agrícola, no cultivo das matérias primas, até a combustão do biocombustível nos motores de ciclo diesel, em comparação à queima de diesel fóssil.

Minelli mencionou ainda o documento “Análise de Emissões de GEEs no Brasil (1970-2013) e suas Implicações para as Políticas Públicas”, onde a organização Observatório do Clima defende o maior uso de biodiesel como ferramenta para “descarbonizar” o setor de transportes. A chamada “descarbonização” das economias foi tema de debates na visita da chanceler alemã Angela Merkel à presidente Dilma Roussef em Brasília.

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