Sábado, 23 Novembro 2024

Terminou na última sexta-feira (21) o "2º Seminário de Pesquisa Científica da Floresta Nacional do Tapajós (PA)". O evento faz parte das comemorações dos 40 anos da Unidade de Conservação (UC), realizado na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém (PA).

Cerca de 300 pessoas participam do seminário, entre representantes governamentais, pesquisadores, gestores de áreas protegidas, estudantes e populações tradicionais a partir da divulgação de trabalhos científicos desenvolvidos na Floresta Tapajós, unidade de conservação de uso sustentável.

"A Floresta Nacional do Tapajós tem dado a maior contribuição para a gestão de florestas públicas do País pela forma como faz a relação floresta-comunidade e é uma referência para a Amazônia. Quanto mais uso, com bases científicas seguras, maior é a probabilidade de sustentabilidade de uma UC. A Floresta vem demonstrando isso", destaca a Reitora da Ufopa, Raimunda Monteiro.

"O encontro é uma grande oportunidade para dialogar com os parceiros. A ideia é plantar uma sementinha na cabeça dos pesquisadores para que eles façam pesquisas que nos ajudem na gestão da UC", explica Fábio Carvalho, chefe da Floresta Nacional de Tapajós. A UC é a mais pesquisada da Amazônia e a segunda mais pesquisada do Brasil.

As mais de 100 pesquisas realizadas a cada ano são definidas pelos gestores da UC com os pesquisadores das instituições parceiras, como a Ufopa, e contribuem para a melhoria dos processos de gestão nas áreas de fiscalização, turismo e uso sustentável.

Resultados práticos

Um dos exemplos é a produção de borracha trabalhada. A técnica foi desenvolvida em uma pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) e é aplicada pelos próprios extrativistas dentro da Floresta. "A borracha bruta é vendida por R$ 4,00 o quilo. Com a aplicação de coloração e de texturas diferentes, o preço sobe para mais de R$ 20,00 por quilo", destaca Carvalho.

A estudante de engenharia florestal da Ufopa, Lena Oliveira, é estagiária do ICMBio. Ela participa de pesquisas com a árvore tauari, uma das espécies mais exploradas na Floresta Nacional de Tapajós. "A gente analisa dados de tamanho e de estrutura e essa pesquisa ajuda a planejar o manejo da espécie", explica a estudante. Para o futuro, ela planeja: "Quero me especializar em ciências florestais e fazer concurso para o ICMBio".

As atividades econômicas sustentáveis são realizadas em 0,3% da área total da Floresta Nacional de Tapajós e devem gerar renda de mais de R$ 10 milhões em 2014.

"Toda essa renda fica para a cooperativa formada por populações tradicionais, que vivem na região há mais de 300 anos, e utilizam esses recursos para a melhoria da qualidade de vida deles", conclui Carvalho. Os recursos são aplicados em fundos de renda e de saúde da comunidade e em obras de infraestrutura na região, como construção de pontes e manutenção de estradas.

Fonte: Instituto Chico Mendes

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