Sexta, 22 Novembro 2024

A capacidade das microalgas de crescerem e produzirem biomassa rapidamente e em grandes volumes chamou a atenção de cientistas e pesquisadores. O potencial de algumas espécies despertou a área da pesquisa para uma nova possibilidade de produção de biocombustíveis. Segundo o pesquisador da Embrapa Agroenergia Bruno Brasil as microalgas já são consideradas a terceira geração de bicombustíveis. “Elas têm a menor possibilidade de competir com a agricultura de alimentos e são mais sustentáveis do ponto de vista ambiental”, explicou.

De acordo com Bruno, a viabilidade técnica de se produzir biocombustível a partir das microalgas já é conhecida há algumas décadas e as pesquisas se iniciaram nos Estados Unidos. “Nós tivemos programas de utilização de microalgas para biocombustíveis que foram conduzidos durante a década de 80/90 nos Estados Unidos e no Japão, que desenvolveram boa parte da tecnologia que nós temos disponível hoje.” No Brasil algumas iniciativas começaram de forma descentralizada em 2005 por alguns institutos de pesquisa e universidades.

Desde 2012, a Embrapa coordenada alguns projetos em rede. A preocupação, segundo o especialista, é realizar uma pesquisa aplicada que garanta um retorno socioeconômico para a sociedade, tendo em vista projetos que aproveitem as vantagens competitivas do Brasil e adequar as tecnologias à realidade brasileira. “Nós temos uma biodiversidade enorme e um potencial muito grande de explorar espécies que ainda não são conhecidas, não são exploradas em outros países e acoplar isso a um sistema agroindustrial de produção de combustíveis. O setor sucroalcooleiro foi escolhido como nosso foco inicial.” Bruno ressaltou ainda que essa seria uma forma de reduzir custos de produção, uma vez que elas serão cultivadas na usina, um meio que praticamente não tem custos. “Vamos utilizar como base a vinhaça e o gás carbônico que são passivos produzidos por essa usina e aproveitar a grande competência da Embrapa num âmbito do melhoramento genético”, esclareceu.

Para Bruno, apesar de os experimentos estarem no início, a expectativa  é que se tenha avanços tecnológicos mais rápido nessa área. “Temos cada vez mais grupos de pesquisa e grupos privados no mundo inteiro trabalhando e investindo nessa tecnologia, e que isso chegue a uma realidade comercial em um futuro próximo”, concluiu.

As informações são da Secretaria de Comunicação da Embrapa.

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