Aeroportos congestionados e problemas na organização da malha área estão entre os fatores que aumentam os gastos operacionais na aviação civil. Isso ocorre, por exemplo, quando não é dada uma autorização para que a aeronave pouse em alguns terminais, em razão dos pátios lotados e da falta de vagas. Isso obriga o avião a permanecer em voo, apesar de já ter chegado ao destino. O resultado é que aumenta a necessidade de combustível. E o cenário não é animador, já que dos doze maiores aeroportos do país, oito estão operando no limite ou acima da capacidade.
Os estudos sobre os impactos financeiros deste tipo de operação ainda estão em levantamento. Mas, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o combustível representa 43% dos custos de uma companhia. “A infraestrutura do setor de aviação afeta na otimização e no ganho de competitividade das empresas”, explica o relações institucionais da Azul Linhas Aéreas, Victor Rezende Celestino. Assim, segundo ele, “mesmo que o ganho na economia de combustível seja de 1%, isso já representa milhões de reais. E as empresas aéreas, para terem tarifas mais atrativas para os consumidores, dependem de custos menores”.
Outro problema que ganha evidência são os impactos ambientais. Uma aeronave que permanece mais tempo no ar queima mais combustível e também emite mais gás carbônico na atmosfera. “Quando falamos em reduzir os impactos, há medidas de curto prazo que podem trazer resultados positivos. Uma delas é melhorar a infraestrutura aeroportuária e reorganizar a navegação”, diz a presidente da TAM, Claudia Sender.
As aéreas respondem por 2% das emissões globais de gás carbônico, e a maior parte corresponde a voos internacionais. O setor tem como meta estabilizar os índices até 2020. No entanto, os critérios para viabilizar essa redução ainda estão em debate. Na prática, compete aos países definir como e quanto as atividades produtivas devem reduzir nas emissões de poluentes. Mas, como a aviação é uma atividade global, o temor das empresas é que as exigências sejam discrepantes entre os países. “O problema é que muitos governos já estão implementando medidas que são certas para eles. No mundo, isto está gerando uma colcha de retalhos”, explica o vice-presidente senior da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Paul Steele. Por isso ele defende que seja agilizada a construção de um acordo global em torno do tema, “para dar igualdade de competitividade às empresas”.
Outro caminho que está sendo traçado para reduzir os impactos ambientais causados pela aviação é o desenvolvimento de biocombustíveis. Algumas companhias aéreas já fizeram testes. Por enquanto, as pesquisas com biomassa ainda estão em desenvolvimento e não há prazo para a utilização dessa alternativa. Isso porque, além da necessidade de encontrar um produto que garanta o pleno funcionamento e a eficiência da aeronave, é preciso envolver outros segmentos para viabilizar a produção em larga escala do biocombustível.