A Comissão Pastoral da Terra (CPT) acusa a mineradora Anglo Ferrous de não cumprir os termos de um acordo no qual se compromete a reduzir os impactos socioambientais no Município de Conceição do Mato Dentro (MG). A empresa está implantado uma unidade de exploração de minério de ferro, a Minas-Rio.
Recentemente, diante do risco de destruição do patrimônio histórico da região, a Justiça determinou a paralisação das obras. O local abriga sítios arqueológicos quilombolas. No pedido de liminar, o Ministério Público Estadual alertou que a atividade mineradora pode provocar danos irreversíveis.
Desde então, ficaram suspensas todas as atividades de intervenção no solo para a implantação do empreendimento, sobretudo a retirada de vegetação e a terraplanagem. Em menos de uma semana, a Anglo conseguiu reverter a decisão judicial e retomou um dos trechos da obra.
Segundo o coordenador regional da CPT, Paulo André Amaral, as famílias atingidas não foram atendidas com a mesma pressa. O acordo indenizatório que previa os reassentamentos foi assinado em setembro de 2010.
“Existem pessoas que ainda não foram para o reassentamento. As obras já começaram e as pessoas já estão sendo atingidas diretamente. E o prazo para isso ser feito já passou. Tem um rio que passava no fundo das casas e as famílias usavam aquela água para o consumo. Com a obra, está tudo tomado por terra e lama.”
O custo de implantação da mineradora em Conceição do Mato Dentro está avaliado em US$ 5 bilhões. A capacidade de produção inicial estimada é de 26,5 milhões de toneladas anuais de minério de ferro. Ainda fará parte do complexo o maior mineroduto do mundo, que terá 525 quilômetros de extensão.
Fonte: De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo
Mineradora acelera obras sem reassentar famílias
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- Categoria: Meio Ambiente
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