Estudantes se manifestam no plenário do Senado, onde a votação das emendas do texto finalizava a derrubada do Código Florestal.
Ao contrário das comemorações da bancada ruralista e de alguns setores e parlamentares da base aliada do Governo Dilma, para entidades ambientalistas, como o Greenpeace Brasil, nesta quinta-feira (24) foi feito o “enterro” do Código Florestal Brasileiro em comissões do Senado. Criticam, ainda, debates feitos não tão às claras que geraram acordos às escuras e que a rejeição à emenda que previa uma moratória de dez anos para o desmatamento na Amazônia desvendou as verdadeiras intenções do texto.
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O Greenpeace explica que a emenda do desmatamento zero foi rejeitada primeiro pelo relator e representante do governo, Jorge Viana, do PT do Acre, e depois pelos senadores. Apenas Aloysio Nunes (PSDB-SP), Pedro Taques (PDT-MT), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Valdir Raupp (PMDB-RO) votaram a favor. Este último, autor da emenda, lembrou que, durante todo o debate, até a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) se disse contra novos desmatamentos, e mesmo assim, todos se opuseram à medida.
“O senador Randolfe afirmou que a emenda era a chance de colocar o bonito discurso de que não precisa mais desmatar no papel, mas é exatamente isso o que não acontece. No discurso, eles falam em salvar as florestas, mas na prática, votam a sua destruição. Com isso, cai a máscara: ruralista gosta é de ver floresta no chão, não em pé”, afirmou Marcio Astrini, da Campanha Amazônia do Greenpeace.
O acordo feito entre ruralistas e o governo para a aprovação do relatório foi mantido na votação das emendas e ficou explícito que estava tudo resolvido: o governo já tinha acatado o que o agronegócio exigiu, e as tentativas de diminuir os efeitos desastrosos do texto seriam derrotadas.
“Nada mudou. O texto continua ruim e a rejeição do desmatamento zero simboliza tudo. As exigências feitas pelo agronegócio de mudança do relatório foram todas rapidamente acordadas e acatadas pelo relator”, disse Astrini.
Outra emenda rejeitada foi uma que previa que as Reservas Legais deveriam continuar sendo registradas em cartório junto com os imóveis, pois a falta de registro dificultará o controle sobre as propriedades. A rejeição agrada aos desmatadores, que querem ficar invisível aos olhos do Estado.
* Com informações do Greenpeace