Por Thaís Barbosa
No último dia 21 representantes da organização não-governamental (ONG) Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) visitaram a região pela segunda vez neste mês para apontar os problemas ambientais existentes e exigir soluções, principalmente, nas áreas tidas como de situação emergencial.
Segundo o presidente da Proam e membro do Conselho Estadual de Meio Ambiente de São Paulo (Consema), Carlos Bocuhy, o que a Cetesb vêm falando sobre a atuação da ONG é comparativa e política. “Eles dizem fazer seu papel e que está tudo bem, mas não está tudo bem e nossos relatórios mostram isso. O que falta é a tomada de resoluções para os problemas, se a Cetesb continuar agir desse modo iremos processa-la por omissão”, afirma.
Para Bocuhy, a sociedade confia na Cetesb e se está toma meias medidas deixa de ser confiável. “Desse modo passa para a população um falso sentimento de confiabilidade, se ela não responder por essas questões apontadas terão que responder à justiça por omissão”.
O que impressionou o presidente do Proam no Porto de Santos é o fato de ser uma estrutura tão grande e de vida altamente abundante e não ter avançado nada em relação à gestão ambiental. “A visão deles parou nos anos 70 e 80 é preciso um sistema de gestão ambiental para o Porto, além da não-gestão, existe falta de fiscalização.”
A movimentação de carga e descarga dos navios está sendo feita de forma imprópria pelas operadoras portuárias, causando danos ambientais significativos, as embarcações operam sem proteção ambiental, que resulta em emissões de poluentes na atmosfera, queda de produtos e derrame de esgoto in natura dos navios na água do mar. Apesar de ter o equipamento, alguns navios foram flagrados trabalhando no costado sem barreiras de contenção.
Segundo Carlos Bocuhy, essa contaminação acaba trazendo prejuízos para o Porto de Santos, pois esse material acaba acumulado na lama do estuário e numa dragagem posterior a água precisará ser tratada, acarretando mais custos, além dessa situação por em risco a saúde das pessoas que pescam no local do píer, pois essa água contamina os peixes que por sua fez irão contaminar quem os ingerir, trazendo o risco de doenças, epidemias e bactérias de outros países. “Para tudo isso há solução, mas falta política portuária para que as coisas aconteçam”.
Mas o que é realmente assustador para o Proam é a situação do Lixão Químico da Codesp, mesmo inativo, ainda possui um alto grau de poluição, atingindo também o estuário. “Isso é um problema que já existe cerca de 20 anos e, até agora, nenhuma medida foi tomada para minimizar esse impacto. Foram constatados canais de chorume e lagoas contaminadas, e o que é pior, nenhuma sinalização ou cerca de proteção existe no local para informar o perigo de contaminação, pois é comum ver crianças ou moradores das imediações freqüentarem o local”.