Sexta, 19 Abril 2024

A agropecuária é responsável por 70% da emissão de dióxido de carbono (CO2) no Brasil. E, mesmo com os tratados já firmados em todo o planeta, o País está longe de alcançar o equilíbrio no trato com o meio ambiente. É o que informa, em entrevista ao Portogente, Mônica Pinto, especialista em Mudanças Climáticas e Sequestro de Carbono, da Universidade Positivo (Curitiba) e mestranda em Comunicação, na Universidade Federal do Paraná.

Portogente - Quanto o Brasil lança, anualmente, no ar em gases de efeito estufa?
Mônica Pinto
- Os dados mais recentes estão no documento “Segundo Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal”, lançado no final de 2010. Em 2005, as emissões de CO2 foram estimadas em 1.638 teragramas (Tg), destacando-se o Setor de Mudança do Uso da Terra e Florestas, com 77% das emissões, seguido pelo Setor de Energia, com 19% de participação no total de emissões. Nesse mesmo ano, as emissões de metano (CH4) foram estimadas em 18,1 teragramas (Tg), sendo o Setor de Agropecuária responsável por 70% das emissões totais, seguido pelo Setor de Mudança de Uso da Terra e Florestas, com 17%, e pelas emissões do Setor de Tratamento de Resíduos, com 10%.

Portogente - O que isso representa em destruição da natureza?
No caso brasileiro, em que o próprio governo coloca o setor de Mudança do Uso da Terra e Florestas como responsável por 77% das emissões de GEE, reafirma-se a importância de combater o desmatamento.

Portogente - A malha rodoviária brasileira é uma das maiores do mundo. Qual alternativa para o escoamento das mercadorias num país com dimensões continentais?
A situação do Brasil quanto ao transporte de cargas face à sua relevância para o crescimento econômico é motivo de preocupação. Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) afirma que a “cadeia logística está baseada em uma matriz de transporte (ferroviário, rodoviário e hidroviário) totalmente distorcida na utilização dos modais que a integram e, em particular, a participação da hidrovia é praticamente inexistente, o modal rodoviário está saturado e a malha ferroviária logo chegará ao limite de sua capacidade de transporte”. A Fiesp coloca ainda que a utilização das vias hidroviárias “aumentaria expressivamente a competitividade dos produtos transportados, pois o custo desse transporte é significativamente menor do que o de qualquer outro modal”. Nos Estados Unidos, 61% do transporte de cargas são feitos pelo modal hidroviário; no Brasil, apenas 7%. Quanto a impactos ambientais, as rodovias também perdem feio. Primeiro, pela emissão de poluentes e gases de efeito estufa que o tráfego acarreta; segundo, porque a abertura de estradas em áreas de florestas em geral ocasiona o chamado efeito espinha de peixe, áreas de desmatamento ao longo da via.

Leia nesta quinta-feira
Segunda parte: Quais as alternativas de transporte de carga menos poluentes

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