Sexta, 29 Março 2024

 Foto: Celso Martins
Nesta segunda parte da entrevista ao PortoGente, Marcus Polette, oceanógrafo e pesquisador da Universidade do Vale de Itajaí (Santa Catarina), critica a entrega da elaboração do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro de Santa Catarina para a iniciativa. Para ele, o plano deveria estar sendo feito pelo Estado ou por um “pool” de universidades catarinenses. E ainda pergunta qual deve ser o destino do litoral catarinense: um destino turístico ou um depósito de navios para o pré-sal?

* Primeira parte da entrevista: Pesquisador critica relatório sobre ocupação do litoral de Santa Catarina

PortoGente -  Como se relacionam os grandes empreendimentos mapeados pelo senhor com o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro?
Marcus Polette
- O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro é um importante instrumento de planejamento, mas sua concepção inicial foi absolutamente errônea pela falta de planejamento de curto, médio e longo prazo, assim como pela falta de infraestrutura e de recursos humanos que deveriam acompanhar a contento o desenvolvimento do processo dos produtos realizados. Destaca-se que quem está à frente deste processo é uma empresa privada, e sempre acreditei que este deveria ter sido executado ou pelo estado, ou por um "pool" de universidades costeiras de Santa Catarina. Análise territorial é dever primordial do Estado. Analisar o território, entender suas potencialidades, prever ações futuras é um processo exaustivo, complexo e que exige comprometimento, visão de longo prazo e imparcialidade na tomada de decisão.
 
PortoGente - Dentro do zoneamento, como é considerada a área que pretendiam instalar o estaleiro da OSX?
Marcus Polette
- Gostaria de deixar claro que não sou contra o desenvolvimento, e acredito que estamos em um estado que pode definir o seu destino por meio da geração de empregos dos inúmeros setores produtivos, e acreditando em uma administração pública inovadora, e criativa. A área considerada para a instalação do Estaleiro OSX, segundo o zoneamento proposto, foi baseada no Plano Diretor de Biguaçu, que coincidentemente foi aprovado em fevereiro de 2009, ou seja, bem na época em que o estaleiro já havia sido planejado.

PortoGente - Na sua opinião qual será o destino da área (a empresa anunciou que pretende apostar em empreendimentos imobiliários)?
Marcus Polette
– A região tem sua vocação para o turismo, não só para isto, em uma área tão aprazível e especial, a instalação de um polo tecnológico também pode ser uma opção desejável. Um grupo espanhol propôs para uma região muito próxima um grande empreendimento turístico avaliado inicialmente em R$ 2,5 bilhões. Existe uma intenção de fazer com que o turismo seja uma potencialidade possível. Afinal, o que querem os tomadores de decisão fazer do litoral de Santa Catarina: um destino turístico ou um depósito de navios para o pré-sal? As duas coisas são absolutamente incompatíveis ao mesmo tempo.

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