Sabemos, como observa o professor Daniel L.O. Souza, que os portos são fundamentais para qualquer nação e sua soberania. “Não é à toa que os romanos criaram o termo ‘portus’, que significa ‘porta’”, ensina, por onde entram e saem as trocas de mercadorias que geram benefícios entre as sociedades. Bolívia, país sem essa “porta”, briga há décadas para sua saída ao mar que lhe foi tomado pelo Chile na Guerra do Pacífico. O vizinho Paraguai faz acordos com Brasil, Uruguai e Argentina para importar e exportar pelo modal aquaviário.
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Por isso, destaca Souza, um país como o Brasil com seus mais de 8 mil quilômetros de costa, deve investir pesadamente nas sua principal via de integração: a via marítima. “Gostaria que voltassem os velhos navios ‘Ita’”, lembra, saudoso, acrescentando que “se voltássemos a ter uma forte cabotagem, como já tivemos no passado, iríamos baixar custos logísticos internos e gerar riqueza e renda para nossa sociedade”.
Todavia, em recente artigo no Portogente, Frederico Bussinger afirmou que granéis líquidos e sólidos; petróleos e derivados e minérios, nunca deixaram de ser fregueses da cabotagem. Mas distante dela está a carga geral. No Porto de Santos, o maior do País, desde 2008 existe um projeto para a navegação de cabotagem dos rios e margens da Baixada Santista, região onde está localizado o complexo portuário. A proposta foi baseada na logística utilizada em portos da Europa.