O incêndio nos tanques da Ultracargo tem sido classificado como o segundo maior do mundo em emprego de pessoal no combate às chamas. Fora o corre-corre tradicional em acidentes dessa ordem no porto e a falta de estrutura adequada, cabe perguntar se esse triste cenário não poderia ter sido evitado. No licenciamento de projeto de tanques de combustíveis deve ter ao menos três aprovações: meio ambiente, Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e Prefeitura Municipal de Santos. A regra é que o tanque seja imerso em aterro de igual volume do tanque.
Leia também
Incêndio na Alemoa: não há informação, há boataria
Portos: explosões e lições nunca aprendidas
A Ultracargo defendeu a piscina de uso para todos os tanques com volume dos tanques na piscina. Todos os órgãos licenciadores toleraram e aprovaram essa proposta. Nela os tanques ficam mais próximos que no do aterro e os dois lados se alimentam: por exemplo, um tanque a 800° C alimenta de calor o ao lado a 20° C. A piscina única mistura o risco de todos os tanques. Passados seis dias, nesta terça-feira (8/4), a cor da fumaça mudava de tom de cinza ao longo do dia, aparentando a queima de produtos diferentes. É preciso esclarecer se conseguiram tirar todos os produtos.
Foto: Diego Lameiro/Facebook do Corpo de Bombeiros
Imagem aérea dos tanques da Ultracargo em chamas desde o deia 2 de abril último
A central de comando opera normalmente? Há uma baixa produtividade no combate ao incêndio que precisa ser analisada à luz do projeto aprovado. Falta muita informação.
O Porto de Santos está com o seu único acesso comprometido e sua movimentação de carga vem sendo prejudicada todo esse tempo. Pode representar uma perda de eficiência correspondente a 30 mil toneladas de carga, de significativa redução da receita cambial e prejuízo com mais outros valores inerentes ao comércio marítimo. A Prefeitura local precisa oferecer alternativa de acesso ao porto. Não se pode negligenciar alguns aspectos essenciais para dar segurança e bem estar à população, assim como garantir ao máximo a normalidade às operações portuárias.