Um ponto de convergência pelo desenvolvimento regional do Nordeste, em meio ao cenário difuso da política. É dessa forma que o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart, defende a retomada de atuação da Sudene e a mobilização das federações das indústrias dos estados nordestinos, por meio da Associação Nordeste Forte, em debater e planejar ações para o crescimento da economia regionalmente.
Studart defendeu uma política regional diferenciada. “O Nordeste anda difuso no entendimento político e esses encontros convergem para o interesse comum que o desenvolvimento da região, com a recriação de uma Sudene, com um posicionamento mais consistente, que vem divulgar mecanismos de financiamento e atender empresários, junto com as demais entidades parceiras. Os estados precisam sobretudo de infraestrutura”, destaca ele.
O presidente da federação das indústrias da Bahia (Fieb) e vice-presidente da Nordeste Forte, Ricardo Alban, destaca a necessidade de maior articulação entre os estados. “É importante pensarmos a economia como parte de um estado, de uma nação e trabalhar na estruturação de uma política especial, que atenda as especificidades da região, os potenciais e necessidades. É isso que buscamos com o roadshow, trazer essa convergência e entendimento de ações que venham agregar”, disse Alban.
Para o economista e consultor da Fiec, Firmo de Castro, o restabelecimento de uma política de desenvolvimento do Nordeste só é possível na perspectiva de um novo governo. Entretanto, pontua ele, há projetos tramitando no Congresso Nacional de interesse regional, como a convalidação dos incentivos fiscais estaduais, a defesa e proteção dos fundos regionais (FNE e FDNE), a regularização da carteira de FNE e Finor, que apresentam um passivo superior a R$ 30 bilhões. Além disso, ele destaca a necessidade de acompanhar a discussão da reforma tributária e da criação da TLP, que poderá ser “prejudicial ao Nordeste”, segundo Castro.