Mesmo o que já era previsto causa surpresa quando vira realidade. Assim vem sendo com tantas profissões ameaçadas de desaparecer, conforme já diversas vezes mostrado nas ficções científicas. Até marinheiros serão desembarcados por causa da tecnologia. E as viagens em mares altos serão substituídas por trabalhos realizados em mesas em escritórios em terra.
É que os navios também serão controlados a distância, assim como já ocorre há muito tempo com naves que navegam o espaço sideral a caminho de outros planetas. Em um crescendo, a automação está invadindo o setor de transporte, eliminando alguns trabalhos e substituindo outros em trabalhos de mesa por computadores.
A economia e eficiência falam mais alto na hora de decidir transferir o pessoal embarcado do alto-mar, céus azuis e horizontes abertos para os espaços confinados dos escritórios. Sob a ótica social, a ameaça com redução do quadro de trabalhadores, na visão da segurança, os marinheiros que controlam os navios em funções com características tecnológicas, e a centenas de quilômetros da embarcação, estarão trabalhando menos expostos aos riscos da faina a bordo.
Na semana passada, uma empresa norueguesa anunciou planos para construir um navio de carga autônomo e de emissões zero de poluentes. O navio de 75 metros será lançado no final de 2018 como um navio tripulado, mas será capaz de plena autonomia até 2020. Transportará fertilizantes para grandes portos.
Essa transição não é tão simples quanto parece. Indubitavelmente, os novos marinheiros tecnológicos à distância da embarcação terão características vocacionais bem distintas dos marinheiros da atual realidade. E com certeza, também os piratas que irão assaltar esses navios sem tripulação.