A redução dos juros básicos de 12,5% ao ano para 11,25% pelo Comitê de Política Monetária (Copom), em 12 de abril último, foi considerada insuficiente pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Valente Pimentel, que defende uma queda maior. "(...) continuamos pagando juros básicos reais da ordem de 6% ao ano, o que é uma barbaridade, considerando as taxas praticadas no mundo inteiro, tanto em países desenvolvidos quanto emergentes”, enfatiza.
Para o presidente da Abit, juros menores também reduzirão o potencial de valorização do Real, que vem prejudicando muito os exportadores e aumentando a competitividade dos produtos importados, em detrimento da produção e do emprego no Brasil. Ele entende que, apesar de salutar, a redução dos juros básicos está dessincronizada com a queda da inflação. Esta, dadas as circunstâncias recessivas da economia e da grande safra agrícola, caiu muito mais fortemente do que a Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
“Temos de acelerar esse processo de redução dos juros, sem atalhos artificiais, e tratar a questão de maneira sistêmica. As taxas de juros no Brasil são as maiores do mundo há anos e vêm prejudicando enormemente o potencial de investimento, de geração de empregos e de ganhos de produtividade e de competitividade das empresas e do País”, salienta.
Segundo o empresário, “sem desatarmos o nó górdio dos juros elevados e da 'secura' de crédito ora existente, não retomaremos o crescimento na velocidade necessária para atendermos às necessidades do Brasil e de sua população. Entendemos que o estrago macroeconomico foi enorme e que a recuperação será mais lenta do que em outras recessões. Sem a retomada do crédito a juros civilizados e uma organizada renegociação das dívidas atuais, ficaremos patinando em nossa tão necessária e possível retomada econômica”.