Quinta, 28 Novembro 2024

Se até um pouco mais de 60 dias atrás, as notícias colocavam o Brasil à beira de um precipício, nesta primavera os discursos já apontam para o paraíso, ou quase isso. Para corroborar o discurso governamental, o Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (Ipea), órgão ligado ao Governo Federal, afirmou, na última semana, que o ciclo recessivo iniciado no segundo trimestre de 2014 caminha para a estabilização. E ainda que a tendência é que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e serviços produzidos no país, mostre mais uma queda no terceiro trimestre e, no quarto trimestre, já tenha um resultado, “senão positivo, já estável”, ou seja, pare de cair. 

Embora o PIB do segundo trimestre tenha voltado a registrar retração, a análise do Ipea do ritmo de queda dos componentes do PIB, pelo lado da demanda e da oferta, e de outros indicadores de atividade, consegue identificar uma redução “bastante disseminada” desse ritmo de queda. É o caso, por exemplo, da produção industrial. O setor industrial teve avanço de 0,3% no segundo trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), interrompendo sequência de cinco quedas consecutivas, o que reflete a melhora no cenário da indústria ao longo de 2016.

Todavia, estão no horizonte imediato problemas ainda sem grandes soluções: o processo de desindustrialização ainda não estancado e o desemprego na casa dos 11%, sem indício de que será revertido. Ao governo e à sociedade se exige discernimento de que o novo nunca virá de práticas antigas ou que exijam do ser humano ainda mais sacrifícios ou exclusãod e qualquer espécie.

O Brasil ainda precisa fazer secar ou limpar suas feridas dos 388 anos de escravidão contra apenas 127 anos de regime republicano. Ainda vivemos um passado que nunca passou. 

escravidao no brasil

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*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

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