A Agência Senado informou que foi realizada, em junho último, audiência pública conjunta de três comissões permanentes da Casa (Infraestrutura, Assuntos Econômicos e de Relações Exteriores), onde foi ressaltada a importância de acelerar o processo de construção da Ferrovia Transcontinental, também chamada de Ferrovia Intercontinental (Fico). Segundo os senadores, a obra é uma das mais importantes para o País, porque vai permitir a ligação do Brasil com os portos do Oceano Pacífico.
A ferrovia, que terá cerca de 5 mil quilômetros, será construída por meio de uma parceria entre Brasil, Peru e China, firmada em maio de 2015, por ocasião da vinda do primeiro-ministro chinês ao Brasil e ao Peru. De acordo com os expositores, ainda há divergências sobre o traçado da ferrovia, que passa por regiões muito importantes como áreas de proteção ambiental, reservas indígenas e de outras tradições culturais. Além disso, as bitolas — que são as larguras entre as faces interiores das cabeças de dois trilhos — no Brasil e no Peru são de tipos diferentes, o que também precisa ser acertado para dar andamento ao projeto.
De acordo com o diretor-presidente da Valec, Mário Rodrigues Júnior, o primeiro trecho da Ferrovia Transcontinental, ligará a cidade de Campinorte (GO) a Lucas do Rio Verde (MT), num trecho de 900 km. Esse trecho já possui o projeto básico concluído e o licenciamento ambiental vigente. O investimento para a construção desse trecho será de R$ 7 milhões de reais. O segundo trecho, que liga Lucas do Rio Verde a Vilhena (RO), terá uma extensão de 647 km e possui o Estudo de Viabilidade Técnica e Ambiental (Evetea) concluído e o licenciamento ambiental vigente. O investimento para a construção do trecho será de R$ 4,7 bilhões. O terceiro trecho, que liga Vilhena a Porto Velho (RO), está com o Evetea suspenso em função da crise econômica, mas segundo Mário, será retomado em julho. A previsão de gasto desse trecho está em torno de R$ 6 bilhões.