O presidente da Fiorde Logística Internacional, Milton Lourenço, tem uma visão muito crítica do comércio exterior que se praticou nos últimos anos no Brasil. Para ele, inclusive, os historiadores daqui a algumas décadas descreverão com isenção o atraso que os últimos treze anos representaram para o desenvolvimento econômico nacional.
Ele expõe: “No comércio exterior, aliás, essa defasagem está bem explícita, mas deverá se acentuar ainda mais, se nada for feito para enfrentar o novo cenário mundial em que deverão predominar grandes acordos regionais como o Tratado Transpacífico (TPP na sigla em inglês), assinado em fevereiro entre Estados Unidos, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietnã, e o tratado que vem sendo negociado entre Estados Unidos e União Europeia, apesar dos protestos que ocorrem em várias capitais do velho continente.”
Lourenço argumenta que esses dois acordos representarão 75% de todo o comércio global. Por isso, prossegue o empresário, o Brasil, ficando fora de ambos, não só terá de se submeter às regras que serão impostas como terá de encontrar uma estratégia política e comercial para continuar sobrevivendo num mundo extremamente competitivo. “Basta ver que, hoje, o País exporta US$ 54 bilhões para os países do TPP. Desse volume, 35% são produtos manufaturados que vão para os Estados Unidos, México, Peru e Chile”, descreve.