A questão está sendo debatida pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Previsto para ficar concluído em outubro, o projeto da Ferrovia Litorânea pode atrasar devido à indefinição sobre a transposição da área indígena do Morro dos Cavalos, em Palhoça. O impasse pode inviabilizar financeiramente a ferrovia. O presidente da Câmara e primeiro vice-presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, defendeu um reforço na mobilização da sociedade pela viabilização ferrovia. “Precisamos melhorar a comunicação entre os órgãos envolvidos na elaboração e na aprovação do projeto."
Pela proposta técnica, a ferrovia terá 245 quilômetros de extensão, passando em áreas próximas aos portos de Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul e se interligando à malha ferroviária nacional. Estimativas iniciais apontam para um custo de construção de R$ 2,4 bilhões, com prazo de conclusão em seis anos. A previsão de retorno do valor investido é para 12 anos.
“Esta é uma obra fundamental para o Estado, e não apenas pelo interesse econômico. Ela diminuiria a sobrecarga da BR-101, reduzindo a emissão de poluentes e aumentando a segurança de quem viaja na rodovia. Precisamos encontrar com urgência uma solução que viabilize a obra”, defendeu o industrial.
Para evitar a travessia subterrânea da área indígena do Morro dos Cavalos, em Palhoça, na Grande Florianópolis, a Fundação Nacional do Índio (Funai) sugeriu três trajetos alternativos. Pelo projeto original, o trecho será transposto com um túnel, ao custo de R$ 230 milhões. Segundo cálculos do consórcio responsável pela elaboração do projeto, as alternativas propostas pela FUNAI elevariam o custo da transposição do Morro dos Cavalos para até R$ 16 bilhões, inviabilizando financeiramente a ferrovia.
Importância da ferrovia
“Entendemos a Litorânea como via de escoamento de produção e insumo para todo o complexo industrial do Estado”, afirmou Mario Dirani, diretor de Infraestrutura Ferroviária do DNIT. Ele destaca que, em conjunto com a Ferrovia da Integração (Leste-Oeste), a estrutura permitirá a conexão de um dos mais eficientes complexos portuários do país com a malha nacional, além de ser mais uma alternativa para a logística de suprimento e distribuição da produção industrial. Sua influência se estenderia às regiões Centro Oeste e Sul, além do Estado de São Paulo.