Em duas horas de explicações, o gerente-geral de Implementação de Empreendimentos da Petrobras, Glauco Colepicolo Legati, negou qualquer erro de projeto ou superfaturamento nas obras da Refinaria Abreu e Lima, construída em Suape, Pernambuco. O depoimento foi colhido em audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga irregularidades na companhia petrolífera. Segundo ele, a unidade tem 88,5% de execução física e entrará em operação no fim deste ano, com capacidade para processar mais de 200 mil barris diários.
Leia também
* CPI da Petrobras ouvirá gerente sobre a refinaria Abreu e Lima
* CPI da Petrobras para investigar, e não acabar com a empresa
*CPI da Petrobras serve para alertar prejuízo ao povo brasileiro, diz Quintão
Investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a refinaria teve em 2005 o seu custo estimado em US$ 2,5 bilhões. Mas, segundo a Petrobras, até a conclusão deve sair por quase US$ 20 bilhões. A diferença, alega Legati, deveu-se a uma série de fatores, como aumento nos custos de contratos devido a alterações no projeto, variação cambial e juros de financiamentos. Para ele, o ponto de referência deve partir da fase 3 do empreendimento (conclusão do projeto básico), quando custo era de US$ 13,4 bilhões, e não das fases 1 e 2, que compreendem a identificação de oportunidade e projeto conceitual.
Gerente da Petrobras defende obra da refinaria de Suape e nega erros ou superfaturamento
“Os contratos e aditivos são negociados e nada é assinado que não passe por estimativa da área técnica e por pareceres das áreas jurídica e de desempenho. Não existe superfaturamento nos contratos da refinaria. Os custos estão adequados aos orçamentos feitos, e os preços são de referenciais de mercado. São compatíveis com uma obra de grande porte e complexidade”, observou Legati.
O gerente também negou a existência de erros de projeto, garantindo que nada foi "desmanchado" para ser refeito, nem construído além do previsto.