Estas e outras perguntas são respondidas pelo guia ‘Como viver em São Paulo sem carro’, idealizado pelo empresário Alexandre Frankel e pelo jornalista Leão Serva, cuja terceira edição será lançada em agosto. Em entrevista à Agência CNT de Notícias, Serva conta como surgiu a ideia de produzir o guia e fala sobre as mudanças no comportamento da população paulistana, que tem aumentado a preferência pelo transporte público ou alternativas como a bicicleta ou andar a pé. Ele comenta algumas dicas e garante que possível, sim, viver em São Paulo sem carro e ser feliz.
Como surgiu a ideia de elaborar guia?
Leão Serva – Nós planejamos um guia para ser anual, vamos lançar a terceira edição em agosto. As pessoas indicam soluções, lugares que são legais e coisas que podem ser feitas – sem carro – para ter mais qualidade de vida. A ideia é fazer com que as pessoas se sintam melhores, sem utilizar os veículos. É possível adotar o transporte público e ser feliz.
Viver em São Paulo sem carro é possível? Não é uma utopia? O número de pessoas que adotam esta prática está aumentando?
Serva – Sim, é possível. Quando fizemos a primeira edição, em 2012, eu ligava para as pessoas e elas perguntavam: “é mesmo possível viver em São Paulo sem carro?’’. Em 2013, ninguém me fez esta pergunta. Podemos perceber esta mudança de opinião nos últimos anos. Uma pesquisa feita pelo Ipesp [Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas], exclusiva para o guia, mostrou que 58% das pessoas reduziram o uso do carro nos últimos dois anos.
Sobre o transporte público, os cidadãos reclamam que falta um serviço de qualidade para eles deixem de utilizar os veículos individuais...
Serva – O transporte público melhorou muito, em São Paulo, nos últimos anos. A percepção de quem acredita que o transporte público é lotado e desconfortável é errada. Ele é uma boa opção. Na verdade, as melhorias neste serviço não são percebidas no dia a dia, infelizmente, porque o transporte público vira notícia apenas quando apresenta algum problema.
Quais outros pontos devem ser observados por quem deseja utilizar menos o carro?
Serva – Dois outros itens são importantes. Primeiro, equacionar a logística de acesso aos principais pontos de deslocamento – a escola dos filhos e o trabalho, por exemplo. É importante morar perto de estações de metrô ou fazer os deslocamentos a pé. Eu, por exemplo, vou para o trabalho caminhando. Na edição de 2012, constatamos que 63% dos moradores de São Paulo já se mostravam dispostos a mudar de casa, para estar mais perto dos locais que mais frequentam. Em segundo lugar, percebe-se que o carro é um poderoso causador de estresse. Quando as pessoas deixam de utilizar os veículos, tornam-se mais felizes.
Com informação da Agência CNT de Notícias.