Foto: site Abasepresente
Para Sauer, só tempo dirá se haverá necessidade de racionamento ou não no país
Na entrevista, ele diz que se deve separar apagão de racionamento. “Apagão é o que aconteceu na terça-feira 4.” E critica a declaração do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de que o Brasil não corre o risco de racionamento. Afirma ele que “isso é mentira”, explicando que estamos no começo de fevereiro e as chuvas vão até começo de abril. “Só poderemos ter um quadro definitivo da situação, portanto, em abril. Mesmo assim, o governo foi ajudado, nos dois últimos anos, por chuvas bem acima do que se espera normalmente. Agora, chover acima ou abaixo faz parte do processo. Felizmente em 2011 e 2012 choveu acima da média depois do período de chuvas.”
Sauer lembra que o programa de governo de 2002, com o Lula, veio como resposta ao racionamento do governo do FHC. “O programa tinha alguns pontos importantes, como fazer um planejamento de longo prazo; mapear todos os recursos energéticos brasileiros segundo seus méritos técnicos econômicos e seus critérios ambientais e sociais; descartar aqueles que têm restrições sociais e ambientais e ordenar o restante segundo seu mérito técnico econômico.”
Com base nisso, prossegue o ex-diretor da Petrobras, seria possível planejar a expansão e fazer leilões pra aumentar a capacidade, garantindo o retorno do investimento de longo prazo. “O setor elétrico virou um SUS. O SUS é um sistema muito bem concebido para garantir a saúde pública para todos, foi implementado com insuficientes recursos e deixa a população em situação precária. O setor elétrico foi muito bem concebido ao longo da década de 1940 e 1950 e, com a reforma feita em 2004, está se convertendo em um SUS.”