Terça, 26 Novembro 2024

A luz vermelha foi acesa para a dragagem de aprofundamento do Porto de Santos, no litoral paulista. Tanto que foi formado um grupo interministerial por representantes da Secretaria de Portos (SEP) e dos ministérios dos Transportes e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para reavaliar todo o plano de dragagem cais santista. Para o presidente da Fiorde Logística Internacional, Milton Lourenço, isso é uma confissão pública do governo federal de que as obras de dragagem têm deixado muito a desejar, contribuindo não só para a ampliação dos congestionamentos viários como para prejudicar a produtividade do cais.

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Como lembra o empresário, foram disponibilizados para o serviço em Santos nada menos do que R$ 199 milhões. Mesmo assim a obra está empacada. “Há meses licitações judicializadas impedem a conclusão dos serviços de aprofundamento do canal de navegação na área que vai do Armazém 12A até a curva do Armazém 23, no Cais de Outeirinhos”, reclama. Outra questão por ele levantada é que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) está contratando, em caráter emergencial, uma nova empresa para a execução dos serviços, “já que a atual responsável admitiu que enfrenta dificuldades financeiras para levar adiante as obras”, afirma.

Para ele, os serviços de dragagem têm se mostrado insuficientes para atender a atual demanda no Porto de Santos, que, com certeza, vai superar neste ano a marca alcançada em 2012, quando foram movimentadas 105 milhões de toneladas. “É de notar que de janeiro a setembro de 2013 foram movimentadas 85,7 milhões de toneladas, o que faz prever uma movimentação neste ano em torno de 114 milhões de toneladas.”

Navios maiores
A preocupação também se dá porque a tendência é que os navios continuem a crescer e a exigir maior profundidade do canal de navegação, já que os calados são maiores, o que deverá se acentuar a partir de 2014 com a abertura do novo Canal do Panamá. “Para receber essas grandes embarcações, é preciso continuar investindo em dragagem, pois só assim será possível oferecer maior capacidade de movimentação, desde que os arrendatários também invistam em equipamentos, tecnologia e na construção de berços adequados”, avisa Lourenço.

Foto: site International Foreign Trade
Supernavios
Sem profundidade adequada nos portos brasileiros, navios maiores não poderão atracar o
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E prossegue: “Sabe-se que mais da metade do canal do estuário está com profundidade que vai de 13,5 a 15 metros, mas ainda há trechos sem as mínimas condições de navegabilidade para uma embarcação moderna. Em muitos casos, os navios são obrigados a deixar o cais com boa parte de sua capacidade não aproveitada, porque, se assim não fosse, acabariam encalhados em algum banco de areia do canal.”

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