Foto: site do Porto do Rio Grande (RS)
Começou a briga. Portuários, vinculados à administração pública do estado do Rio Grande do Sul, são contra licitação do cais público do Porto Novo em Rio Grande (RS). No total, o governo federal pretende licitar seis áreas no município. Sob a responsabilidade da Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG), o cais público hoje é explorado por pequenos e médios operadores portuários. Em documento encaminhado a Secretaria de Portos, no último dia 29, sete sindicatos representantes dos trabalhadores portuários do Rio Grande do Sul se manifestaram contra o leilão da área pública no Porto Novo.
Para Rui Mendes presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Portuários de Rio Grande (SINDPORG), o arrendamento do cais público vai gerar prejuízos aos trabalhadores. O sindicalista teme a restrição das atividades dos 223 servidores públicos vinculados à SUPRG que atuam no local, a perda dos postos de trabalho e a realocação em outros setores. “Nós somos portuários. Nossa vida toda foi no porto. Se a área for licitada o que acontecerá conosco?”, indagou Mendes.
O Porto Novo também é um importante empregador da mão de obra avulsa. Mendes avalia que o arrendamento da área para um único terminal, em detrimento dos atuais pequenos operadores, vai monopolizar o setor e precarizar as relações trabalhistas. “Os grandes terminais têm a tendência de contratar com vínculo, o que pode acarretar a diminuição de mercado para os trabalhadores avulsos que atuam no local”, explicou o sindicalista.
Para o presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP), Eduardo Guterra, a área deve continuar sobre a administração pública já que o porto tem apresentado bons resultados, como o aumento da movimentação de cargas e investimentos em modernização.
Procurada pela FNP a SUPRG ainda não se manifestou.