Não bastasse toda gritaria contra os impactos ambientais negativos, o Superporto do Açu, do empresário Eike Batista e sua LLX, vem enfrentando protestos sindicais. O último começou nesta terça-feira (2/04) e terminou no dia seguinte, quando funcionários da empresa espanhola Acciona paralisaram as atividades e fecharam os acessos ao porto.
Leia também
* Porto do Açu causa grandes impactos à vida marinha e ecossistema local
* Porto do Açu divulga imagens que mostram o andamento das obras neste início de abril
* Eike reage e classifica porto do Açu como "Roterdã dos Trópicos"
* Porto do Açu: denúncias e rumores envolvem Eike Batista
Os operários, que trabalham nas obras da empresa LLX – empresa logística do grupo EBX –, em construção em São João da Barra, no norte do Estado do Rio de Janeiro, reivindicam pagamento de salários atrasados, horas extras e licenças. A greve foi encerrada depois de negociação e do compromisso de que, em 24 horas, a empresa deverá quitar os três meses de salários atrasados e em dez dias, deverá cumprir o acordo de pagamento de hora extra e 25% de indenização sobre o salário de janeiro.
No outro lado da ponta, o empreendimento ambicioso do empresário brasileiro já tem um nascedouro marcado pela polêmica ambientalista. A bióloga Rachel Ann Hauser Davis, professora e pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em artigo publicado no Portogente, afirma que o grande porto de Eike Batista causará, após a sua implantação, diversos tipos de impactos ambientais.
“Dentre estes”, exemplifica, “podemos citar a quantidade de areia sendo dragada para essas obras, que é visivelmente impressionante, e que traz consigo impactos ambientais de grande porte. Um exemplo disto são as modificações de certos compostos, por exemplo, metais, que podem estar presentes no fundo do corpo d’água de forma “inativa”, sem causar mau nenhum à fauna aquática local, mas que, após a dragagem, quando entram em contato com a coluna d’água e o oxigênio presentes ali, se tornam ativos novamente e podem entrar diretamente na cadeia alimentar do local.”