A fiscalização implacável da Receita Federal por meio da Operação Maré Vermelha, deflagrada em 19 de março, está colocando empresas que trabalham de forma honesta na mesma "vala comum" de contrabandistas e meliantes. A avaliação foi feita por Luiz Fernando Antonio, ex-diretor do Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex) do MDIC, após publicação de artigo no Portogente sobre as consequências da Operação.
* Importadores são “culpados”, até que provem o contrário
* Maré Vermelha atrasa em 50% liberação de cargas
Segundo ele, por mais meritório que seja o trabalho da Receita, o prejuízo causado por esta ação para o Brasil é “incalculável”. E questiona: “Será que a RF tem realmente condições de controlar preços de produtos importados? Será que realmente tem condições de controlar a qualidade destes produtos? Será que tem efetivo de pessoal qualificado e em quantidade que possa atender [a] esta tarefa?”.
Um fator que tem incomodado os importadores é não saber qual o percentual das cargas que foram prejudicadas no processo de liberação efetivamente foi detectada como contrabando, descaminho ou triangulação.
Luiz Fernando Antonio também demonstra preocupação com os entraves que a falta de fluidez na movimentação de produtos acabados geram ao fornecimento de mercadorias a milhares de varejistas que “contratam milhares de empregados e atendem à grande classe média e pobre do País”.