Primeiro foi a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Depois foi a Libra Terminais. Mais adiante a Secretaria de Portos (SEP). E, agora, a própria Casa Civil da Presidência da República. Todos fazem o “concerto” (ou desconcerto) do silêncio. Ninguém quer falar sobre a negociação, às escondidas, entre a Libra e o Porto de Santos. Teme-se que esteja no forno uma grande pizza para ser servida a qualquer momento.
A ordem em Brasília é fazer “cara de paisagem” quando se questionar sobre quantos milhões de reais o Porto de Santos abrirá mão para que a operadora portuária salde dívida com a Codesp. Absurdo que essa ordem tenha chegado até à ministra Gleisi Hoffmann, cuja assessoria não deu qualquer retorno às duas solicitações de informação sobre o caso pela reportagem do Portogente.
A pizza pode até ser servida, mas a mancha de gordura permanecerá para sempre nos homens que hoje ocupam cargos em empresa pública e que tinham a obrigação de zelar pelos recursos públicos. Parece que as vibrações privadas soam como canto de sereia para esses homens.
Justiça seja feita: quem aceitou e falou sobre a questão foi apenas a Advocacia-Geral da União (AGU).