Uma via de uma mão só. Assim foi a operação do Porto de Angra dos Reis (RJ) de agosto a dezembro do último ano. Nesse período de cinco meses, o porto angrense trabalhou apenas com importação, pois não foi registrado nenhum movimento no sentido de exportação. O fato agrava ainda mais a situação dos trabalhadores e da economia do município. A movimentação de Angra está em declínio desde o final da década de 1990.
Fotos: Bruno Merlin
Trabalhadores e habitantes de Angra já se habituaram
a não encontrar grandes embarcações no porto local
Acumulam reclamações sobre a gestão do arrendatário do Porto, a AngraPorto. Há muito tempo a empresa é acusada de não dar prioridade à navegação de longo curso e de relutar para adquirir equipamentos modernos e adequados à atual realidade portuária.
Além da falta de modernização do cais angrense, outro fator que emperra o desenvolvimento local é a dragagem. O serviço irá fazer com que o canal de acesso tenha, novamente, a profundidade máxima possível, que é de dez metros. Após longo período de batalha, a gerência do Porto conseguiu a licença para efetuar a dragagem em novembro de 2008, mas ainda aguarda o início das obras.
Os equipamentos portuários estão bastante deteriorados e,
em alguns casos, até ameaçam a segurança dos trabalhadores
A variação cambial constatada na crista da crise econômica mundial também contribuiu para a ausência de exportações no final do ano passado. Os portuários angrenses, que desde 2007 choram a falta de serviço e a remuneração pífia à reportagem deste PortoGente, querem uma definição sobre assunto, pois só de importação não será possível que todos sobrevivam com dignidade.