A possibilidade de mudanças no marco regulatório e da suposta criação de uma empresa estatal para gerir os blocos localizados na camada pré-sal "colocou" uma pulga atrás da orelha dos acionistas da Petrobras. A indicação veio do presidente do Conselho de Administração da BM&F Bovespa, Gilberto Mifano, que garantiu já ter sido procurado por acionistas muito preocupados com os rumos da estatal.
Em um País no qual é hábito criar novas estrtuturas para abrigar apadrinhados políticos, os rumores da criação da nova empresa deixou de cabelos em pé os empresários que acusam Brasília de governança corporativa. Embora o presidente Lula tenha desmentido a intenção de instalar uma nova estatal, o tema é delicado e requer cuidado redobrado por parte da alta cúpula nacional.
Além disso, mudar regras e normas no meio do jogo, como também se nota na elaboração do famoso decreto a respeito da abertura de terminais privativos no Brasil, não é salutar para atrair grandes investimentos. No caso da camada pré-sal, cujo sucesso foi fruto da eficiência da Petrobras e de parcerias até agora, seria um balde de água fria no mercado que se movimenta incessantemente.
Para analistas do mercado financeiro, a Petrobras tem se desvencilhado do tiroteio de informações contraditórias sobre as possíveis mudanças no marco regulatório, com ajuda de fatores externos. Apesar de certa insegurança dos investidores com relação às informações desencontradas, que mantiveram os preços das ações em baixa num primeiro momento, os analistas acreditam que a estatal foi ajudada pela alta em geral no valor das commodities e ensaia sua recuperação ainda em época de incertezas.
Aos acionistas, então, resta aguardar pelas certezas, tão raras nos temas relacionados às nossas estatais, de qualquer setor ou região em que estejam situadas.
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