O Brasil despertou para os portos. Depois de um sono profundo parece que estamos a caminho de obras modernizadoras nos nossos portos. Todos observam que tais medidas são para disputarmos em “pé de igualdade” com os portos do mundo, principalmente os da Europa, que alcançaram a excelência em modernidade. Pelo menos por enquanto. Só que, lembrando aquela história do jogador Garrincha, avisaram aos portos europeus dessa nossa jogada?
A pergunta se justifica. Ao mesmo tempo em que estamos nos modernizando, também os portos de lá estão no mesmo caminho. Portanto, em qual “modernidade” nos espelhamos? A do século passado, ou a que ainda está por vir?
Nesta terça-feira (15), notícia do jornal “Gazeta Mercantil” nos causa essa reflexão. A saber:
“O primeiro-ministro francês, François Fillon, disse que o governo elevará os gastos para reformar e ampliará as instalações portuárias do país, atrairá mais negócios e venderá atividades de movimentação de contêineres a operadoras privadas.
As reformas visam aumentar o tráfego de contêineres de 3,6 milhões para 10 milhões, em 2015, e criar 30 mil empregos, informou o primeiro-ministro. O ministro dos Transportes, Dominique Bussereau, apresentará a legislação no segundo trimestre deste ano”.
Somos apenas “macaquinhos” imitando o que os outros já fizeram, ou podemos ir além, criando a nossa própria eficiência e excelência? Por que não pensarmos em novas e arrojadas soluções para o comércio marítimo? Quantos empregos pretendemos criar com toda essa movimentação que se pretende nos portos nacionais neste ano? E no futuro?
Perguntas não faltam. O que estamos precisando é de respostas, de ações (permitam a redundância) práticas. Para ontem. Por isso, cada segundo desperdiçado será debitado lá na frente, na “conta do Abreu”.
Criar climas de desmotivação com perseguições tolas a este ou aquele nos portos nacionais, ficar cortando este ou aquele direito do trabalhador, desprezar a engenharia que se aprende, por exemplo, numa Poli da vida, e ficar com a gambiarra de fundo de quintal, com certeza não está no projeto do ministro Pedro Brito. Pelo menos assim esperamos.