Uma nova central sindical foi criada no Brasil. É a Central de Trabalhadores do Brasil (CTB). E ela nasce com vários nomes do mundo sindical portuário. Só a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aqüaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (Conttmaf) vai ocupar cinco diretorias da CTB, que tem 37 integrantes.
Os nomes da Conttmaf que estão na CTB:
Severino Almeida Filho, presidente, será o secretário de Relações Internacionais; José Adilson Pereira, assume a secretaria de Transportes; Mário Teixeira, presidente da Federação Nacional de Conferentes, Consertadores, Vigias e Trabalhadores de Bloco (Fenccovib) e Ricardo Ponzi também serão diretores da nova central. Luiz Rodrigues Leite Penteado, diretor para assuntos de pesca da Conttmaf, assumiu a Secretaria da Pesca da nova central.
Para José Adilson Pereira, vice-presidente da Conttmaf e assessor da Intersindical da Orla Portuária do Espírito Santo, a CTB tem visão socialista e pratica um discurso de esquerda.
A Central dos Trabalhadores do Brasil já conta com 500 sindicatos filiados. A abertura dos trabalhos para a criação da entidade contou com a presença de diversos partidos políticos e das centrais Força Sindical e Central Geral dos Trabalhadores Brasil (CGTB).
A CTB, além do setor marítimo e portuário, conta, ainda, com a participação dos metroviários e do setor rural.
O congresso de fundação da central foi durante o 12º Congresso Mundial da União Internacional dos Trabalhadores em Transporte (UIS), realizado entre os dias 10 e 14 de dezembro, em Belo Horizonte (MG). E contou com a presença de quase 1.500 pessoas, formadas por 24 delegações de diversos países como Argélia, Grécia, Índia, Chipre, Líbia, Marrocos, Nigéria etc.
Importância
De acordo com Pereira, a CTB é uma nova bandeira, um produto novo que está sendo modelado diante das necessidades atuais. As outras centrais, como a CUT, estão carregadas e não conseguem mais atender bem os sindicatos. A CTB está estruturada de forma a permitir uma maior participação dos trabalhadores. Pereira informou que a Fenccovib está saindo da CUT e se filiará à CTB. Segundo ele, na CTB os trabalhadores marítimos e portuários terão espaço para discutir seus problemas e lutas.
“O movimento sindical, hoje, tem tratado somente da relação capital-trabalho e não tem trabalho em projetos para o desenvolvimento do Brasil. A Intersindical trabalhou um projeto para a construção de um porto. São os trabalhadores pensando o País”, disse Pereira, lembrando que, quando se fala em transporte fala-se em infra-estrutura, em logística. “Este é, sem dúvida, um grande desafio. Temos muito que aprender”, conclui.