Na manhã da última sexta-feira, Rubens da Silva Ruas, de 56 anos, foi mais uma vítima a engrossar a estatística macabra de cinco mortes nos cinco primeiros meses do ano dentro do maior porto da América Latina, que, a cada dia, mostra-se pequeno quando o assunto é a segurança do trabalhador.
Em quase quatro anos de existência, PortoGente foi o veículo de comunicação que mais alertou para esta situação precária da segurança nos portos. Em 2005, por exemplo, uma reportagem já mostrava o desespero de sindicalistas de Santos e do então Delegado Regional do Trabalho de São Paulo, Heiguiberto Guiba Della Bella Navarro. Todos tentavam descobrir o porquê de quatro mortes terem ocorrido no cais santista nos primeiros oito meses daquele ano.
Até hoje, nada do que foi prometido ocorreu. O então delegado Guiba criticou a burocracia dos terminais privados, que impediam a vistoria de técnicos da DRT. Pelo jeito, nada mudou, pois as mortes voltaram com carga total em 2007. Ler a matéria de 2005 deve servir como um exercício para os responsáveis, inclusive para a Codesp, que até agora não se pronunciou a respeito do tema. Palavras não bastam. Chegou a hora de se tomar uma atitude.