O agronegócio pegou carona nessa ideia e iniciou em junho de 2016 uma campanha para mostrar como está presente no cotidiano de todos
Mundialmente conhecida, uma marca de refrigerantes está presente diariamente nos intervalos comerciais apenas para manter seu nome na mente dos consumidores. O agronegócio pegou carona nessa ideia e iniciou em junho de 2016 uma campanha para mostrar como está presente no cotidiano de todos, até nas formas mais inusitadas. O exemplo é agora seguido por uma empresa de tecnologia, que pretende provar que está ali, em “todos” os detalhes tecnológicos que movem nossas vidas. E os portos?
“Porto é...” - Imagem gerada com o auxílio do modelo DALL·E, da OpenAI.
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Desde os fenícios e outros povos da Antiguidade, a navegação marítima tem papel fundamental no desenvolvimento do comércio entre os povos e, por meio dessa atividade, na própria troca de conhecimentos e ideias que impulsiona a Civilização. Até mesmo quando situações políticas prejudicavam o uso de uma rota (como a da seda chinesa, por terra), buscava-se alternativas marítimas (contornando o continente africano, ou mais recentemente com os canais de Suez e do Panamá), para citar apenas alguns exemplos.
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Enfim, se a navegação marítima e seus empreendimentos criam a estrutura que viabiliza o transporte mundial de cargas, os portos de todos os tamanhos e as estruturas terrestres que orbitam junto a eles são essenciais para que essa navegação ocorra, movimentando essas cargas para dentro e para fora dos navios. Não à toa, as principais cidades do mundo ou estão situadas na vizinhança imediata dos portos ou em pontos interioranos de entroncamento de estradas que permitem a movimentação de cargas de e para os portos.
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De tão presentes em nossa vida, os portos têm sua importância esquecida, “já fazem parte da paisagem”. Mesmo no Brasil, que historicamente cresceu de costas para o litoral e seus portos, deles partindo para desbravar as terras interiores. E esse esquecimento tem implicações enormes que o cidadão comum já não percebe. Por exemplo, quando uma nova ponte, baixa, fecha um canal de navegação: embora inaugurada com pompa, ignora a circunstância de que o potencial de transporte assim interrompido impede a redução do famoso “custo Brasil”.
É esse olhar para o porto - como peça fundamental de um complexo que não interessa apenas a alguns empresários e burocratas, mas a cada um de nós que produz, consome, vive enfim -, é esse olhar que precisamos ter e ampliar na mente de cada brasileiro. Da mesma forma que outros segmentos perceberam a importância de mostrar como suas atividades estão afetando cada instante de nossas vidas – sem desmerecer a importância dos demais setores econômicos e sociais, mas fazendo a sua parte. “Porto é pop, porto é tech, porto é tudo...”
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E mais: da mesma forma como “o agro é gente, é o seu Antonio que cultiva melancias em São José dos..., a dona Aparecida que faz compotas em ..da Serra, ou o seu José que aperfeiçoou a produção de leite em Nova...”, cada um dos atores que faz os portos acontecerem tem sua importância especial neste contexto e no contexto maior desta nação – e não foram poucos os que apontaram a falha do foco inicial na riqueza e não nas pessoas (o que foi corrigido na continuação da campanha). Afinal, “Porto é Gente. Gente que faz”. Daí o nome, cunhado em 2003: Portogente.