Terça, 26 Novembro 2024

“Há um grande consumo de recursos naturais finitos e geração de dejetos sem que haja uma preocupação com a ciclagem desses recursos. No futuro, isso pode se tornar insustentável”, alerta o professor Augusto Hauber Gameiro, do Departamento de Nutrição e Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP), em Pirassununga. Nos últimos 20 anos, o Brasil teve um grande ganho de produtividade na agricultura e na pecuária, produzindo mais com menos nitrogênio, fósforo e potássio – macronutrientes usados como adubo e indispensáveis à produção vegetal e, consequentemente, animal. Pesquisa da Faculdade aponta que o consumo absoluto desses nutrientes e a geração de resíduos aumentaram consideravelmente, produzindo um grande impacto ambiental.

Deficit ambiental

Os dados estão na pesquisa de pós-doutorado de Gameiro, realizada na Universidade AgroParisTech, na França. O trabalho traz uma estimativa do consumo de nitrogênio, fósforo e potássio envolvidos nos cinco principais sistemas de produção animal do Brasil: gado de corte, gado de leite, ave de postura, ave de corte e suínos, entre os anos de 1992 a 2013. 

Para chegar aos resultados, o professor se baseou na contabilidade de fluxo de materiais e no metabolismo industrial. A primeira é a somatória de tudo aquilo que entra e tudo aquilo que sai de um sistema (neste caso, a produção e o consumo de nitrogênio, fósforo e potássio provenientes dos cinco sistemas de produção animal, entre 1992 e 2013). Já o conceito de metabolismo industrial é inspirado no funcionamento de uma célula, mas extrapola para uma escala maior, que pode ser um determinado sistema, uma cidade ou até mesmo um país. Os dados foram obtidos de fontes como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e outros bancos de informações públicos, além da literatura e de entrevistas com especialistas do setor.

A pesquisa aponta para a necessidade de melhor reutilização de recursos não renováveis, como fósforo e potássio, e redução de uso daqueles que causam danos ao meio ambiente, como nitrogênio e fósforo. Esses dois elementos, lembra o professor, são reconhecidos como grandes causadores de problemas ambientais. Quanto ao potássio, o Brasil não dispõe de reservas naturais e precisa importá-lo. Outro problema é o País ser altamente dependente desses adubos.

Por isso, Gameiro sugere ainda a adoção da integração lavoura-pecuária, técnica também conhecida como rotação de culturas anuais com pastagens, em que os produtores utilizam a terra para a produção animal e vegetal, realizando um revezamento entre elas, de acordo com a época do ano.

* Com informações do Jornal da USP

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