O trânsito no Porto de Santos já está sofrendo mudanças, com a implementação do novo sistema de tráfego portuário. Segundo o engenheiro especialista em trânsito Eduardo Di Gregório, o projeto do GTPort (Gestão de Tráfego Portuário) traz novo rumo para o cais santista, com fluidez e organização ao porto. Estão envolvidas três superintendências neste assunto: a da guarda portuária, de infraestrutura e de fiscalização das operações.
O grande movimento de caminhões, que ocasionou uma série de congestionamentos ao longo do cais santista esse ano, foi um dos fatores que mostraram a necessidade de se implantar um novo modelo de trânsito, que atenda as necessidades de motoristas e empresas que operam na área portuária.
Di Gregório diz que haverá uma série de melhorias na estrutura de apoio para execução do novo plano, com a utilização de guinchos e motos. Diariamente, cerca de 25 placas de sinalização estão sendo confeccionadas por trabalhadores da Codesp. Também será feito pela autoridade portuária um estudo do tráfego rodoviário de cada empresa que atua na área, quantos caminhões entram e saem de cada terminal, servindo de base para futuras ações do sistema de trânsito.
“Por exemplo, se uma empresa pode movimentar 50 caminhões, não é necessário que ela mantenha um número acima disso trafegando pelo cais”, explica o engenheiro. Para ele, o mais importante é que as empresas esperam o sucesso do GTPort, que ajudará e valorizará o porto e as pessoas que nele trabalham.
Espera-se uma integração entre diversos setores para a elaboração do novo modelo de trânsito no porto. Tanto a Ecovias, como a Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos (CET) poderão trabalhar em conjunto. “A CET tem se mostrado muito prestativa, mas não é ela que cuidará dessa questão, até porque a Codesp possui conhecimento suficiente para administrar uma área tão extensa como a do Porto de Santos”, conclui o engenheiro, que já foi diretor de operações da CET entre os anos de 1997 e 2003.
Hoje em dia, existem poucos guardas portuários fiscalizando o trânsito. Cerca de 60 deles já atuam na região do Porto. Com o GTPort, esse número subirá para 240 profissionais, que trabalharão em cinco turnos, atuando por rotas. Eduardo Di Gregório ressalta a importância da Guarda na operação: ”Sem o apoio deles, esse projeto não sairia do papel. E eles terão vários cursos, como de operação de rádio, já que toda a comunicação entre eles e o comando será feita através de rádio”.
A mudança no tráfego será visível, segundo Di Gregório, pois “hoje o motorista chega no Porto e não sabe onde fica essa ou aquela empresa, o que acaba gerando uma fila enorme, um congestionamento desnecessário”. Outra novidade destacada é o aumento no número de agentes e na fluidez do trânsito.
O motorista Natanael Lopes espera que a mudança seja para melhor, pois ele enfrenta alguns problemas há anos. “Além da falta de estacionamento e de banheiros para nós, sofremos ao chegar pela primeira vez na cidade. E olha que de um tempo para cá, a situação melhorou, mas acho que faltam placas e uma sinalização fácil e precisa”.
Opinião semelhante tem outro motorista, José Augusto dos Reis, que veio do interior de São Paulo e teve de perguntar para algumas pessoas onde podia estacionar o veículo, qual era o portão em que deveria entrar, entre outros detalhes. Ele afirma que, por ser a primeira vez que veio à Santos, ficou impressionado com o tamanho da área portuária, mas achou o tráfego confuso. “Se vão fazer alguma coisa, ótimo para os motoristas e os demais usuários do local”.
