Saber escolher de maneira estratégica entre as duas modalidades pode ser essencial para o sucesso ou fracasso do negócio
O transporte de cargas é uma etapa essencial na cadeia logística, ainda mais no Brasil. Segundo o Plano Nacional de Logística (PNL), 65% de toda a distribuição nacional de produtos passa pelo modal rodoviário.
Créditos: Marcus Lindstrom/iStock
Porém, apesar de essencial, um dos principais desafios dos gestores de transportadoras é escolher entre terceirizar o transporte ou investir em uma frota própria. As duas opções têm seus pontos positivos e negativos, dependendo do segmento de mercado e das necessidades de cada empresa.
Frota própria: prós e contras
Possuir uma frota própria fornece controle total sobre os veículos, rotas e prazos, o que permite uma personalização da operação de acordo com as necessidades do negócio. Além disso, também facilita o cumprimento de regulamentações específicas.
Contudo, ter uma frota exige um investimento inicial alto, custos recorrentes de manutenção, fora uma gestão especializada para evitar prejuízos com avarias, depreciação e flutuações de mercado – fora os gastos que envolvem combustível e peças.
Frota terceirizada: prós e contras
Ter uma frota terceirizada permite mais flexibilidade e eficiência na redução de custos fixos e elimina a necessidade de investimentos em veículos e infraestrutura próprios. Essa é uma solução prática para empresas que desejam focar em suas atividades principais e transferem a responsabilidade de manutenção e renovação para o fornecedor.
Entretanto, terceirizar a frota deixa a empresa contratante com menos controle sobre a operação de transporte e mais dependente de terceiros. Com isso, riscos de desalinhamento com os padrões de qualidade e prazos estabelecidos podem ocorrer.
Quais são as áreas mais vantajosas para cada modelo?
Frota própria
- Empresas que trabalham com cargas perigosas, como distribuidoras de gás, em que o controle e a especialização de equipe são fundamentais.
- Negócios que possuem serviços altamente personalizados.
Frota terceirizada
- Empresas de pequeno e médio porte, que não possuem infraestrutura ou capital para gerir uma frota própria.
- Setores com demandas sazonais ou imprevisíveis, em que a flexibilidade é essencial.
E no caso de cargas perigosas?
No caso de transporte de cargas consideradas sensíveis e perigosas, como gás liquefeito de petróleo (GLP), escolher entre terceirizar ou ter uma frota própria se torna ainda mais estratégico. Distribuidoras de gás precisam garantir não somente a eficácia no transporte, como também a segurança, pois há alto risco associado a manuseio e transporte da carga.
Frota própria
No caso de distribuidoras de gás, ter uma frota própria é algo vantajoso. Essa modalidade permite a aquisição de veículos adaptados às necessidades da carga. Com isso, a empresa tem controle direto sobre os equipamentos de segurança (EPI), formação de uma equipe qualificada de motoristas e cumprimento das regulamentações.
Frota terceirizada
Porém ainda existem vantagens na terceirização neste caso. Uma delas é direcionada para empresas menores, ou que precisam reduzir custos fixos. Nesse cenário, contratar transportadoras especializadas nesse tipo de carga garante o cumprimento das normas e a utilização da frota de maneira adequada, sem a necessidade de altos investimentos iniciais.
Portanto, a decisão de terceirizar ou ter uma frota própria vai depender de fatores como custos, controle, tipo de carga e segmento de mercado. No caso das distribuidoras de gás, a escolha vai para além da viabilidade econômica; também é preciso contar com a segurança e conformidade regulatória. Avaliar as demandas com cuidado e os recursos disponíveis pode ser uma excelente forma de garantir operações eficientes.
