O fígado é um órgão vital de múltiplas funções, fundamental para o funcionamento do organismo. Ele é responsável por metabolizar glicose, proteínas e medicamentos, armazenar vitaminas e minerais, regular a coagulação sanguínea e eliminar toxinas. Devido ao seu caráter essencial para a saúde, é preciso estar atento aos riscos relacionados às doenças hepáticas, que costumam surgir a partir de hábitos da rotina.
Uma alimentação rica em açúcares e em gorduras e a prática insuficiente de atividade física podem causar acúmulo de gordura no fígado, conhecido clinicamente como esteatose hepática. De acordo com o Ministério da Saúde, o problema é porta de entrada para outras doenças, como hepatite gordurosa, cirrose e câncer.
Uma vez instaladas, o perigo dessas doenças aumenta. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a maioria das infecções agudas por hepatite e dos casos de gordura hepática apresenta quadros assintomáticos. Assim, os sinais podem surgir somente quando o problema estiver em estágio mais avançado.
Quando as doenças hepáticas são descobertas em seu estágio inicial, o fígado se mostra com significativa capacidade de recuperação. Nesse sentido, exames de rotina — os famosos check-ups — são aliados valiosos na prevenção e controle desses problemas.
A elastografia hepática é um dos métodos de imagem não invasivos que permitem avaliar o nível de fibrose do fígado. Esse processo de cicatrização é causado por lesões contínuas em razão de condições como hepatite, cirrose, gordura e câncer.
Além do acompanhamento médico, outras ações devem ser adotadas para manter o funcionamento correto do órgão e evitar danos irreversíveis à saúde. O Ministério da Saúde destaca práticas como ter uma dieta saudável, evitar bebidas alcoólicas, praticar atividades físicas e não tomar medicamentos e anabolizantes sem orientação médica.
Mantenha uma alimentação balanceada
Para cuidar bem do fígado, é preciso se alimentar bem. Isso ajuda a manter o peso ideal e a evitar diabetes, colesterol alto e obesidade — fatores de risco para o desenvolvimento de problemas.
O mais indicado é um programa alimentar que corte o consumo de comidas ricas em gorduras saturadas/trans e açúcares. Pães gordurosos e recheados, leite e laticínios integrais, alimentos enlatados, bebidas alcoólicas, carne vermelha, fast foods, bolachas, frituras, tortas e bolos devem ser evitados.
Outros alimentos, por sua vez, são mais propensos à melhoria do quadro e contribuem tanto para o tratamento quanto para a prevenção de doenças no fígado. A lista inclui itens ricos em ômega-3, como peixes, frutas, leguminosas, oleaginosas, linhaça, verduras, cereais integrais e carne branca.
Pratique atividades físicas periodicamente
Para quem quer manter a saúde do fígado e prevenir doenças hepáticas, é primordial fazer exercícios. A comunidade médica é enfática em afirmar que deixar o sedentarismo de lado é importante para o controle do colesterol e para a prevenção e redução de gordura no fígado.
Quando o indivíduo pratica atividades físicas, a ação da insulina aumenta e, consequentemente, o nível de gordura diminui. As explicações são da especialista em transplante hepático e professora adjunta do departamento de Cirurgia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Silvania Klug Pimentel, em artigo publicado no portal do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).
Evite bebidas alcoólicas
Ao lado da gordura no fígado, o uso abusivo de bebidas alcoólicas é uma das principais causas de cirrose. A principal doença hepática crônica é causada geralmente por infecções ou inflamações e pode ser fatal.
Assim, o primeiro passo para o tratamento — especialmente quando a causa da cirrose é o álcool — é eliminar esse agente agressor.
É importante, no entanto, evitar o consumo desse tipo de bebida, mesmo que ele não seja o motivo principal de problema no fígado. Isso porque o álcool sobrecarrega o órgão e pode contribuir para a obesidade.