Empresas buscam líderes com novas habilidades para gestão humanizada
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Flávio Resende
Categoria: Notícias Corporativas
Autenticidade, empatia e alta capacidade de adaptação são algumas das habilidades que as empresas têm valorizado cada vez mais em seus gestores. A novidade se dá num período em que o perfil da liderança vem passando por adequações, e as companhias buscam por uma gestão mais humanizada.
Com as mudanças vivenciadas em decorrência da pandemia e dos avanços tecnológicos, a figura do chefe autoritário e controlador está dando lugar às chamadas soft skills — habilidades socioemocionais que mostram como o profissional lida consigo mesmo e com os outros membros da equipe. Essas características são consideradas fundamentais para o cargo de liderança.
As soft skills são evidenciadas num estudo da consultoria Gartner, que mostrou ainda alguns dos desafios enfrentados pelos líderes nessa nova conjuntura empresarial. O tema também foi abordado no seminário “O Futuro da Carreira e a Carreira do Futuro”, realizado pelo jornal Folha de S.Paulo no segundo semestre deste ano.
Ao que tudo indica, o futuro será cada vez mais tecnológico, mas também cada vez mais focado nas pessoas. Como o capital humano é um dos principais responsáveis pelo crescimento de uma empresa, a própria tecnologia auxilia no alinhamento de objetivos da organização e facilita o alcance do sucesso. A adoção de um software de RH, por exemplo ajuda a nortear a adoção de ações que tragam mais humanização à gestão, como uma pesquisa de clima e um canal de comunicação interna.
Além de focar em cada líder e suas soft skills, também é preciso pensar na relação que ele é capaz de construir com seus liderados. Quando se pensa no bom relacionamento, a implementação de um controle de ponto é uma medida benéfica tanto para a instituição quanto para os funcionários. A ferramenta registra com precisão a jornada do colaborador, o que dá mais autonomia para o funcionário e auxilia a construir uma relação de confiança. Além disso, o uso dessa tecnologia evita erros no cálculo de horas trabalhadas e descontos indevidos.
Competências necessárias para o líder humano
A pesquisa feita pela Gartner levantou quais são as principais habilidades do líder humano. Autenticidade, empatia e adaptabilidade estão no topo da lista.
A primeira diz respeito ao profissional que é movido por um propósito. Nesse sentido, é necessário permitir que os membros da equipe sejam eles mesmos no ambiente de trabalho. Além disso, saber como se expressar também é uma habilidade importante para ser autêntico.
Empatia é considerada uma habilidade importante para a gestão humanizada na medida em que protege o bem-estar físico e mental da equipe, o que garante que a produtividade seja sustentável a médio e longo prazos. Para isso, as atitudes do gestor precisam ser, de fato, pautadas no cuidado e no respeito genuínos com as pessoas.
Em meio a essa nova dinâmica que deve se configurar, a adaptabilidade deve se fazer presente para garantir que os membros do time recebam um suporte que consiga atender às suas necessidades individuais.
Alguns exemplos são permitir a flexibilidade de horário e local de trabalho e, por meio de reuniões e feedbacks periódicos, fazer com que as pessoas se sintam ouvidas.
Estágios de complexidade do processo de humanização
A pesquisa estabelece também três estágios de complexidade no processo de humanização da gestão de pessoas — globalização, horizontalidade e instabilidade —, que se tornou mais desafiadora nas últimas décadas. O perfil da liderança vem passando por tantas adequações que não é possível afirmar ainda qual será o próximo conjunto de competências exigido.
A liderança global aparece como qualidade necessária para se adaptar à globalização organicamente. Para isso, líderes devem pensar sobre seus negócios e trabalhar em fusos horários, segmentos e culturas diferentes.
Como as estruturas organizacionais tornam-se mais matriciais e menos isoladas, colaboração e networking são características exigidas dos gestores. A conjuntura, portanto, requer competências de liderança global e empreendedora.
O ambiente atual é de consolidação do modelo híbrido de trabalho, fusão da vida pessoal com a profissional e turbulência social e política. A instabilidade gerada torna as competências comportamentais da liderança ainda mais fundamentais. É preciso ser um líder global, empreendedor, criativo e flexível.
Comportamentos esperados pelos colaboradores
De acordo com o levantamento da Gartner, há cinco principais atitudes que os funcionários desejam ver nos gestores. Conceder flexibilidade e escutar a equipe são as principais.
Em seguida, aponta-se como necessário que o líder se importe com as dificuldades que cada um enfrenta em tempos difíceis e que compreenda a exaustão das pessoas após anos de pandemia, dando atenção especial a problemas como burnout.
Principais desafios
Os líderes também foram ouvidos e revelaram quais os principais desafios na adoção da liderança humana. Dúvida, medo e insegurança aparecem como obstáculos.
Dos entrevistados, 28% não acham que para alcançar seus objetivos de negócios a liderança humana seja importante. Assim, precisam de mais comprometimento com a prática.
O medo da vulnerabilidade afeta 21% dos líderes, que temem os eventuais riscos associados à chefia humana. Assim, a pesquisa indica que eles precisam ser encorajados a abraçar a prática.
Já a insegurança atinge 22%, que não têm certeza sobre como praticar a liderança humana de maneira efetiva. Dessa forma, fica claro que os coordenadores precisam de apoio do seu meio corporativo para ganhar autoconfiança.
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