Brasileiros têm dado preferência aos usados na hora de comprar imóvel. Do total de consumidores que adquiriram o bem entre junho de 2021 e junho de 2022, 75% fizeram essa escolha. De acordo com o setor imobiliário, a opção traz vantagens, mas também requer cuidados.
O dado sobre as vendas foi extraído da pesquisa “Perfil da Demanda de Imóveis”, divulgada no segundo semestre deste ano. O estudo foi realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o portal ZAP — parceria que, em 2010, originou o índice FipeZAP, referência sobre a evolução do setor imobiliário nacional.
Conforme a pesquisa, 55% das pessoas que compraram um imóvel no período analisado tinham como objetivo mudar de moradia. Os outros 45% o fizeram como uma forma de investimento. Neste segundo grupo, a maior parte (81%) tinha o interesse de conseguir uma renda extra com a locação, enquanto 19% buscavam o lucro com a revenda.
O interesse pelos usados tem sido justificado pelo setor imobiliário nacional por conta, sobretudo, do preço. No período analisado, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontavam que a inflação no país estava acumulada em 11,89%. A alta de preços impactou diretamente os custos dos lançamentos.
Imóveis usados estão no radar de futuros compradores
Além de liderar a preferência entre os compradores mais recentes de imóveis, os usados também têm atraído o interesse de futuros proprietários.
A pesquisa revelou que entre as pessoas que pretendem adquirir uma casa ou um apartamento no segundo semestre do ano, 46% devem optar por imóveis que não são lançamentos.
Para 45% dos entrevistados ouvidos, não há preferência entre novos ou usados. Já os outros 9% desejam ser o primeiro proprietário de um imóvel.
Vantagens e cuidados ao adquirir imóvel usado
Na avaliação do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), tanto os imóveis novos quanto os usados oferecem vantagens para o consumidor. Conhecê-las ajuda na tomada de decisão sobre qual é o tipo de moradia que vai atender melhor o futuro proprietário.
Para o Creci-SP, a metragem é um dos principais diferenciais dos imóveis usados. Construções modernas tendem a ser mais compactas, enquanto as antigas são mais amplas e espaçosas. A informação abrange não só os apartamentos à venda na cidade de São Paulo, mas em todas as regiões do país.
Outra vantagem dos residenciais mais antigos é o preço de venda, que tende a ser menor, uma vez que não sofre com a oscilação de mercado. O Creci-SP destaca que é possível financiar o imóvel usado diretamente com os bancos.
Estruturas antigas, no entanto, exigem mais atenção sobre seu estado de conservação. Caso uma reforma seja necessária, os gastos podem anular a economia realizada na hora da compra. Outro alerta é que elas não costumam ter áreas de lazer e outras infraestruturas que se tornaram tendência mais recentemente.
O Creci-SP ressalta, ainda, que os imóveis usados garantem a possibilidade de mudança imediata — diferentemente de alguns lançamentos, como aqueles vendidos na planta, em que o proprietário precisa esperar a construção ficar pronta. Por isso, o planejamento de mudança no curto ou longo prazo deve ser um dos principais aspectos considerados pelo consumidor na hora da compra.